Um candidato à Prefeitura de São Paulo foi agredido com uma cadeira por
outro concorrente ao mesmo cargo, enquanto transcorria o debate em embate
político, em uma rede de televisão.
O agressor partiu para bater no seu concorrente depois que este o
agredia violentamente com palavras, dizendo que ele era frouxo, medroso e
covarde, que não cumpria a palavra de homem.
O candidato agredido permanece
internado em hospital, sob suspeita de ter uma das costelas fraturada.
Essa é a informação fornecida pela equipe do candidato agredido, segundo
postagens nas redes sociais, de que ele teria fraturado uma costela, feito exames
de tomografia e se encontrava sob observação médica, mas o hospital ainda não se
manifestou em boletim médico sobre o paciente.
O certo é que a agressão aconteceu após troca de agressivas ofensas entre
os dois candidatos, em o agressor ficou transtornado após o adversário
relembrar uma antiga acusação de assédio sexual.
Enquanto isso, o candidato agredido precisou sair às pressas em ambulância,
para receber cuidados médicos em caráter emergencial, diante da suspeita de
fraturas na região torácica e dificuldades para respirar.
Conforme imagens constantes de vídeo, era visível a animosidade entre os
candidatos debatedores, em que a tônica das palavras girava em forma de enorme agressividade,
vindas de todos os participantes, que procuravam ser o mais contundentemente
violento com o que diziam.
Causa perplexidade que o mediador
dos debates não teve qualquer iniciativa para chamar a atenção para a
necessidade da contenção dos ânimos agressivos predominantes no ambiente, que
parecia muito mais com o palco de adversários destinados a espinafrarem com
palavras seus opositores, como se cada um fosse terrível inimigo e ainda
tivessem obrigação de eliminá-los naquele instante.
À toda evidência, o debate atingiu o limite da efervescência da
agressividade, que o seu término parecia iminente, diante da insuportável e crescente
animosidade que permeava no ambiente antidemocrático e incivilizado, apenas digno
de pessoas de tribos da idade da pedra lascada, que desprezavam todos os
princípios próprios da civilidade moderna.
Na verdade, não poderia ter sido outro o desfecho do programa mais
violento da televisão brasileira, que conseguiu protagonizar o que de pior se
poderia imaginar para o que se pode chamar de debate político, visto que, de
político, realmente não havia absolutamente nada.
É com muita tristeza que a televisão seja palco de verdadeiro show de
selvageria entre pessoas que pretendem comandar a principal do Brasil, quando
mostraram verdadeiro sentimento de brutalidade, com intenso desamor ao próximo,
procurando desnudá-lo ao máximo da sua dignidade humana, por meio de conceitos
rasteiros e depreciativos dignos das piores qualificações que não condizem com
a relevância do cargo pretendido, ante a incompatibilidade dos atributos nominados pelos candidatos.
Segundo o conceito clássico de debate político, os candidatos deveriam
apresentar e discutir os seus programas de administração e gerenciamento da
cidade, segundo os princípios de competência, eficiência, economicidade e
responsabilidade, entre outros, como forma de melhor satisfazerem aos anseios
da população.
Não obstante, tudo isso foi substituído por fortes agressões pessoais,
que constituíram a predominância espontânea dos candidatos, evidentemente em
claro desrespeito à sensibilidade e à dignidade exigidas para o que era
esperado de debate em nível razoável e civilizado.
Assim, resta esperar que a malsinada e desastrada experiência do que
deveria ter sido debate político sirva de excelente exemplo de como os homens
públicos procurem se conduzir em evento dessa natureza, apenas se comportando
de modo respeitoso, civilizado, educado, com o urbanismo próprio de candidato
que precisa apenas apresentar as suas metas de governo, como compromisso de
campanha, em estrita obediência às regras democráticas e diplomáticas.
Brasília, em 16 de setembro de 2024
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