sexta-feira, 13 de maio de 2011

Descaramento

O ex-senador pernambucano, que não foi reeleito no último pleito, declinou do honroso convite feito pelo prefeito da cidade de São Paulo/SP, para assumir os cargos de conselheiro de empresas públicas desse Município, que lhe renderia a cifra de R$ 12 mil mensal, excluídas  as passagens e hospedagem, para participação de uma reunião por mês. À primeira vista, poderia até se imaginar que essa renúncia teve por motivação a necessidade de mostrar a observância dos princípios éticos e morais por parte do político de Pernambuco. Nada disso, ao contrário, por ele não haveria nenhum inconveniente em assumir os cargos, mas, como forma de represália ao prefeito, houve dificuldade em contornarem as repercussões negativas no âmbito do Partido do Democratas – DEM, ao qual o ex-senador é filiado e conselheiro. Na verdade, trata-se tão somente de um caso de marmelada que não deu liga, porque o prefeito paulistano objetivava faturar dividendos políticos com a indicação de pessoa considerada de renome, para atuar em empresas de São Paulo, ou seja, não é com a criação de outro partido que a mentalidade oportunista e interesseira do político brasileiro irá se ajustar aos princípios éticos e morais. Cotidianamente, o que se percebe é que qualquer momento é propício para ser evidenciada a falta de preparo e de caráter dos administradores públicos, como no caso em comento, que não têm o mínimo escrúpulo para aparecer e se autopromover, nem muito menos se  preocupar com a defesa do interesse da sociedade, que sempre deve ter premazia sobre quaisquer propósitos políticos.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 12 de maio de 2011
   

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