terça-feira, 10 de maio de 2011

Meta problemática

A luta para controlar a brutal inflação tem sido difícil e dramática, tendo em conta a forma como esse governo vem gastando, sem rédea nas suas próprias despesas, a contar da máquina, descontrolada, sem cérebro e recheada de servidores “saindo pelo ladrão”, com cargos e empregos assegurados aos sindicalistas, afilhados políticos e outros afins, além das bolsas caridades, da farta publicidade, dos cartões corporativos abundantes e sem controle de gastos etc. A única medida adotada pelo governo foi a contenção do crédito, com aumentos sistemáticos das taxas de juros básicos, na tentativa de esfriar o apetite consumista da população. Porém, somente isso é pouco demais para segurar a força do gigante, que mostra sua fúria e prejudica toda sociedade, que é obrigada a restringir as suas compras normais e a adequar-se à realidade da economia para a qual já estava desacostumada. Além disso, sabe-se que o aumento dos juros contribui para desestimular a produção, a par de obrigar a emissão de títulos públicos e o pagamento dos juros mais altos do mundo. Não obstante, continuamente, a Receita Federal anuncia que a arrecadação de tributos bate recordes atrás de recordes. Enquanto isso, com o sinal de alarme batendo as portas do Planalto, o governo corre desesperado, afinando o discurso, para evitar que não seja tão pessimista o anúncio, pelo IBGE, de que a inflação acumulada já estaria atingindo o teto da meta, antes do que o tempo previsto, que é de 6,5%, ou seja, dois pontos acima de 4,5%. Na realidade, não é com conversa fiada ou discurso evasivo que se doma o monstro, mas com ação corajosa e competente, partindo de dentro de casa, com radical enxugamento de tantos órgãos mequetrefes, ineficientes, ineficazes, incompetentes e desnecessários, cujos titulares embolsam diárias a torto e a direito, mesmo no lazer das suas folgas. Portanto, somente com choque de moralização da administração pública haverá condição de mostrar à sociedade efetividade da competência gerencial, capaz de controlar também a inflação.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 10 de abril de 2011
   

Nenhum comentário:

Postar um comentário