segunda-feira, 9 de maio de 2011

Exposição da incompetência

Em face da comprovada impossibilidade para garantir as reformas nos aeroportos brasileiros, necessárias, porque exigidas para a Copa do Mundo de Futebol, e inadiáveis, pela exiguidade de tempo, o governo resolveu aderir, na maior cara de pau, ao famoso jeitinho caseiro, qual seja, a construção de “puxadinhos”, com improvisações de terminais de passageiros, implementadas mediante a concessão ao setor privado da operação dos aeroportos. Esse procedimento é uma forma de privatização tão criticada e profundamente explorada na campanha eleitoral, merecendo reiterado repúdio pela então candidata a presidente da República. Além da evidente contradição, essa medida expõe, de forma clara e sem retoque, a face de um governo incompetente e inepto, em termos de gerenciamento, que não consegue cumprir as promessas eleitorais e os projetos de infraestrutura indispensáveis ao desenvolvimento do país. Não adianta, agora, alegarem as incapacidades financeira e executiva para a implantação dos empreendimentos em benefício da sociedade, porque nada disso foi objeto de restrição ou de ressalva no calor da campanha política. Embora seja bastante estranho que a oposição do governo não esboça qualquer censura sobre esse fato, a sociedade e as corporações contrárias às privatizações estão achando que as reformas dos aeroportos, na maneira como imaginada, condizem exatamente com a empáfia e a arrogância do Partido dos Trabalhadores, que sempre protesta com veemência sobre tudo, mas termina fazendo aquilo que lhe interessa, mesmo que tenha contestado no passado. Nada disso tem importância, como no caso em comento, que é tratado como mera questão de incompetência gerencial e de incoerência política. E daí?

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 07 de maio de 2011
   

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