quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Internet em risco?

  

Um magistrado da corte maior do país mandou notificar o empresário dono do X, para que ele informe, em até 24 horas, o nome do novo representante dessa plataforma, no Brasil, sob pena de suspensão das atividades da rede social, caso a ordem não seja cumprida. 

A rede X encerrou o seu escritório, no Brasil, e não têm sequer  advogados constituídos no país.

A rede X anunciou, no último dia 17, que teria encerrado as operações no Brasil e esclareceu que essa decisão se deveu às investidas de perseguição de um membro da corte maior do país, tendo esclarecido que ela vem sendo sistematicamente perseguida e censurada nas suas atividades.

O certo é que essa plataforma decidiu recusar o cumprimento de decisões que ela considera inconstitucionais, no sentido de derrubar perfis bloqueados por aquele magistrado, no curso de investigações sobre a disseminação de notícias falsas e de ataques às instituições.

O próprio dono da X passou a ser investigado pela Polícia Federal, depois de prometer reativar perfis suspensos por determinação daquele juiz.

O empresário chamou aquele magistrado de "vergonhoso" e pediu que ele renunciasse ou sofresse processo de impeachment.

Essa foi a primeira de uma série de provocações e ataques ao juiz, que o incluiu como investigado no inquérito das milícias digitais, mesmo que ele não seja nem brasileiro, posto que ele está sujeito à legislação norte-americana.

Em meio a muitos entreveros e polêmicas, o dono da X compartilhou com o Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, todas as determinações do magistrado brasileiro, consistente na remoção de perfis e de publicações com ataques às instituições brasileiras.

Essa nova determinação do magistrado brasileiro estica, em muito, a situação de visível disputa de poder, visando apenas mostrar quem tem mais autoridade e domínio da situação, cujo resultado certamente refletirá em prejuízo para os usuários da plataforma X, visto que tudo indica que ninguém pretende ceder um milímetro, conforme mostram os fatos.

O certo é que a continuidade da disputa sobre a autonomia das posições assumidas e defendidas se traduz em questão de honra por ambas as partes, que entendem que estão em defesa justificáveis de interesses, quando acima de tudo é preciso se respeitar o direito do usuário

À toda evidência, o usuário da plataforma X pode ser prejudicado caso ela saia definitivamente do Brasil, que parece que deve ser o fim mais esperado, diante da insistência das demandas que não se justificam, à luz do bom sendo e da racionalidade.

Enfim, espera-se que os princípios da sensatez e da sensibilidade possam interferir nesse lamentável imbróglio, para o fim de pôr luz pacificadora no encaminhamento de importante questão que interessa exclusivamente aos brasileiros.

Brasília, em 29 de agosto de 2024

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