sexta-feira, 23 de agosto de 2024

O perigo do cigarro

Conforme reportagem publicada na mídia, o tabagismo ainda é gravíssimo problema de saúde humana, que exige cuidados especiais por parte dos especialistas e das autoridades públicas de saúde.

De acordo com recente estudo promovido pela Fundação do Câncer, o tabagismo é responsável, pasmem, por 80% dos óbitos de câncer de pulmão em homens e mulheres, no Brasil, com incidência de 85% dos casos de óbitos entre homens e quase 80% entre mulheres. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o tabagismo como dependência, em especial, da droga classificada como nicotina, que está presente em qualquer derivado do tabaco, na forma de cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo, cigarro de palha, fumo de rolo, cigarro eletrônico, ou vapers e narguilé.

A experiência constatou que, pós ser absorvida pelo organismo humano, a nicotina atinge o cérebro rapidamente, entre 7 e 19 segundos, liberando substâncias químicas para a corrente sanguínea, que levam à sensação de prazer e bem-estar.

Na realidade, é exatamente essa sensação que faz com que os fumantes usem o cigarro e assemelhados várias vezes ao dia, justamente por causa do prazer, de modo que os fumantes buscam o cigarro em situações de estresse para se sentirem aliviados ou simplesmente para se “relaxarem”.

Conforme a conclusão de uma professora do Curso de Fisioterapia da Universidade Anhanguera, no passado glamuroso, o tabagismo era considerado sinal de status perante a sociedade, mas, com o passar dos tempos, essa percepção mudou bastante e, agora, a maior parte dos fumantes se concentra em indivíduos de menor poder aquisitivo e baixa escolaridade, que não se preocupam com os efeitos maléficos e mortais da nicotina.

Além disso, de acordo com a citada professora, a perda de pessoas, por causa do câncer de pulmão, na sua maioria, advém de fumantes ou ex-fumantes em idade mais avançada, justificando o interesse da indústria do tabaco em desenvolver produtos e estratégias de marketing voltados para atrair as novas gerações, como é o caso do cigarro eletrônico.

A professora disse que “O cigarro eletrônico retomou a questão do status social do passado, agora com uma nova estética, sabor, cores e cheiros, o que está atraindo cada vez mais jovens ao consumo, porém é importante lembrar que ele é um produto danoso para saúde que provoca problemas cardiorrespiratórios, pulmonares e até mesmo o câncer”.

Em que pese a queda de fumantes, ao longo dos anos, visto que, na  atualidade, cerca de 12% da população adulta brasileira usa algum produto derivado de tabaco, o câncer de pulmão consome, em forma de despesas, pasmem, cerca de 9 bilhões de reais, entre custos diretos com tratamento, perda de produtividade e cuidados com os pacientes.

Por seu turno, os tributos arrecadados pelo governo, por conta da indústria e da venda do tabaco, no país, cobrem apenas 10% dos custos totais com todas as doenças relacionadas com o consumo de produtos derivados do tabaco, que têm estimativa de cerca de R$125 bilhões por ano.

A professora alerta sobre a necessidade de os fumantes manterem em dia os exames médicos, com vistas à possível descoberta da doença do câncer ser precoce, de vez que isso aumenta as chances de se evitar o óbito, em razão da identificação do câncer, porque essa é uma das principais preocupações em saúde pública mundial.

Por fim, a professora disse que a precoce descoberta dessa doença é de fundamental importância para a eficácia das medidas inerentes ao seu tratamento, à vista do aumento das chances de sucesso na sua cura, por meio de pronto tratamento, mas há desafios a serem enfrentados, que são a dificuldade da identificação, na maioria das vezes, dos sintomas do câncer, na sua fase inicial.

À vista do exposto, tem-se que o câncer do pulmão que incide nos fumantes ou ex-fumantes causa perplexidade, não somente por sua enorme incidência, mas especialmente por sua letalidade, principalmente em pessoas idosas, que poderiam viver muito mais se não tivessem fumado.

Ainda há a imperiosa necessidade de despender expressivas quantidades de recursos com doença praticamente mortal, que poderia se evitar se houvesse alguma política pública, com certa agressividade e efetividade, voltada para a prioridade de orientação, mostrando, de forma direta e prática, os malefícios da nicotina no organismo humano, em que há enorme risco da incidência de câncer dos pulmões.

Ou seja, a campanha de combate ao uso de cigarros e de todos os outros seus similares terá o condão de conscientização da sociedade sobre os verdadeiros malefícios da nicotina, como elemento altamente perigoso à saúde humana, que pode implicar na sua morte, cujo maleficio tem como ser evitado, por meio do imediato abandono do cigarro.    

À vista da importância da preservação de vida humana, campanha nesse sentido precisa ser priorizada como política de governo, tendo começo e intensificação, em todo país, o mais rapidamente possível, ante o valor da integridade da saúde, que é inestimável e merece e exige todo esforço de investimentos por parte de quem tem o dever constitucional de cuidar do bem-estar dos brasileiros.

            Brasília, em 23 de agosto de 2024 

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