Conforme reportagem publicada na mídia, o tabagismo ainda é gravíssimo problema
de saúde humana, que exige cuidados especiais por parte dos especialistas e das
autoridades públicas de saúde.
De acordo com recente estudo promovido pela Fundação do Câncer, o
tabagismo é responsável, pasmem, por 80% dos óbitos de câncer de pulmão em
homens e mulheres, no Brasil, com incidência de 85% dos casos de óbitos entre
homens e quase 80% entre mulheres.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o tabagismo como
dependência, em especial, da droga classificada como nicotina, que está presente
em qualquer derivado do tabaco, na forma de cigarro, cigarrilha, charuto,
cachimbo, cigarro de palha, fumo de rolo, cigarro eletrônico, ou vapers e
narguilé.
A experiência constatou que, pós ser absorvida pelo organismo humano, a
nicotina atinge o cérebro rapidamente, entre 7 e 19 segundos, liberando
substâncias químicas para a corrente sanguínea, que levam à sensação de prazer
e bem-estar.
Na realidade, é exatamente essa sensação que faz com que os fumantes
usem o cigarro e assemelhados várias vezes ao dia, justamente por causa do
prazer, de modo que os fumantes buscam o cigarro em situações de estresse para
se sentirem aliviados ou simplesmente para se “relaxarem”.
Conforme a conclusão de uma professora do Curso de Fisioterapia da
Universidade Anhanguera, no passado glamuroso, o tabagismo era considerado sinal
de status perante a sociedade, mas, com o passar dos tempos, essa
percepção mudou bastante e, agora, a maior parte dos fumantes se concentra em
indivíduos de menor poder aquisitivo e baixa escolaridade, que não se preocupam
com os efeitos maléficos e mortais da nicotina.
Além disso, de acordo com a citada professora, a perda de pessoas, por
causa do câncer de pulmão, na sua maioria, advém de fumantes ou ex-fumantes em
idade mais avançada, justificando o interesse da indústria do tabaco em
desenvolver produtos e estratégias de marketing voltados para atrair as novas
gerações, como é o caso do cigarro eletrônico.
A professora disse que “O cigarro eletrônico retomou a questão do
status social do passado, agora com uma nova estética, sabor, cores e cheiros,
o que está atraindo cada vez mais jovens ao consumo, porém é importante lembrar
que ele é um produto danoso para saúde que provoca problemas
cardiorrespiratórios, pulmonares e até mesmo o câncer”.
Em que pese a queda de fumantes, ao longo dos anos, visto que, na atualidade, cerca de 12% da população adulta
brasileira usa algum produto derivado de tabaco, o câncer de pulmão consome, em
forma de despesas, pasmem, cerca de 9 bilhões de reais, entre custos diretos
com tratamento, perda de produtividade e cuidados com os pacientes.
Por seu turno, os tributos arrecadados pelo governo, por conta da
indústria e da venda do tabaco, no país, cobrem apenas 10% dos custos totais
com todas as doenças relacionadas com o consumo de produtos derivados do
tabaco, que têm estimativa de cerca de R$125 bilhões por ano.
A professora alerta sobre a necessidade de os fumantes manterem em dia os
exames médicos, com vistas à possível descoberta da doença do câncer ser
precoce, de vez que isso aumenta as chances de se evitar o óbito, em razão da identificação
do câncer, porque essa é uma das principais preocupações em saúde pública mundial.
Por fim, a professora disse que a precoce descoberta dessa doença é de
fundamental importância para a eficácia das medidas inerentes ao seu tratamento,
à vista do aumento das chances de sucesso na sua cura, por meio de pronto
tratamento, mas há desafios a serem enfrentados, que são a dificuldade da identificação,
na maioria das vezes, dos sintomas do câncer, na sua fase inicial.
À vista do exposto, tem-se que o câncer do pulmão que incide nos
fumantes ou ex-fumantes causa perplexidade, não somente por sua enorme
incidência, mas especialmente por sua letalidade, principalmente em pessoas
idosas, que poderiam viver muito mais se não tivessem fumado.
Ainda há a imperiosa necessidade de despender expressivas quantidades de
recursos com doença praticamente mortal, que poderia se evitar se houvesse
alguma política pública, com certa agressividade e efetividade, voltada para a
prioridade de orientação, mostrando, de forma direta e prática, os malefícios
da nicotina no organismo humano, em que há enorme risco da incidência de câncer
dos pulmões.
Ou seja, a campanha de combate ao uso de cigarros e de todos os outros
seus similares terá o condão de conscientização da sociedade sobre os verdadeiros
malefícios da nicotina, como elemento altamente perigoso à saúde humana, que
pode implicar na sua morte, cujo maleficio tem como ser evitado, por meio do
imediato abandono do cigarro.
À vista da importância da preservação de vida humana, campanha nesse
sentido precisa ser priorizada como política de governo, tendo começo e intensificação,
em todo país, o mais rapidamente possível, ante o valor da integridade da saúde,
que é inestimável e merece e exige todo esforço de investimentos por parte de
quem tem o dever constitucional de cuidar do bem-estar dos brasileiros.
Brasília, em 23 de agosto de 2024
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