Na atualidade, têm sido frequentes as fraudes envolvendo transações
bancárias, por via da internet ou propriamente pelo telefone.
Uma jornalista conta a sua história de prejuízo que começou com chamada,
identificada pelo seu celular como sendo o número da sua agência bancária, na
qual o vigarista sabia o nome dela, o número da agência e até o número de
referência da chave de segurança da vítima, elementos esses que, a princípio, davam
muita credibilidade e segurança à conversa, que não teria continuidade se ela
tivesse tomado algumas importantes precauções.
Como estratégia recorrente, os estelionatários usam tecnologia para
mascararem o número dos próprios telefones e se passarem pelos bancos, de modo a
se imaginar que tudo é muito normal e seguro.
Eles miram pessoas expostas em vazamentos na internet, de maneira que possam
articular narrativas calcadas em fatos para enganá-las.
A jornalista disse que, "Quando eu atendi, ele se apresentou
como 'o Márcio, da sua agência'. Ele me convidou primeiro a ir à
agência, antes de se propor a resolver o problema pelo telefone, o que foi mais
um fator de confiança".
A vítima disse que o criminoso pediu que ela usasse código para cancelar
a transferência, que recomendava o "Cancelamento de agendamento Pix".
Embora tudo estivesse lhe parecendo estranho, o nome da chave Pix lhe
deu outro sinal de credibilidade, porquanto as palavras eram apenas o nome
fantasia do CNPJ associado ao pagamento.
O prejuízo dela foi de R$ 7.400, cujo valor ela não tem esperança de recuperação,
porque ela fez a transferência por espontânea vontade, usando a própria senha,
tudo como manda o figurino bancário.
Nesse caso, a fraude se processou por meio do software que altera
o código que sinaliza o número de telefone de quem está ligando (o chamado Caller
ID), cuja adulteração permite que a chamada seja do número conhecido do banco,
mas o que aparece para o usuário é outro, técnica essa que se chama “spoofing”.
Atualmente, não existe programa capaz de detectar o uso dessa tecnologia,
mas a Anatel tem o serviço chamado “Origem Verificada” que garante às empresas
registradas selo de autenticidade, em que os remetentes verificados também
podem exibir imagem do logo da empresa.
De acordo com especialistas em cibersegurança, ainda faltam campanhas
educativas para se torna prática a estratégia técnica eficaz contra fraudes
bancárias, ou seja, isso depende do interesses dos bancos.
Segundo levantamento sobre as ocorrências de fraudes bancárias, há quadrilhas
executando golpes em centrais telefônicas que recorrem a dossiês de informações
pessoais vazadas para praticar os crimes contra pessoas expostas por vazamentos.
Os criminosos também coletam dados em campanhas de e-mails e sites
falsos na internet, nos quais são pedidos nome, CPF e endereço em troca de
supostos benefícios ou prêmios gratuitos.
A Anatel recomenda que o consumidor, antes de ligar ou retornar a
chamada, consulte a procedência do telefone na plataforma “Qual Empresa me
Ligou”.
A Anatel esclareceu que foi reforçada a fiscalização sobre as operadoras
de telefonia fixa, que agora serão obrigadas a enviar relatórios mensais sobre
o tráfego de chamadas, incluindo as que tiverem indícios de alteração indevida
de código de acesso (spoofing).
Informa-se que a jornalista evitou maior prejuízo depois de ligar para a
agência dela, com vistas a confirmar a veracidade dos fatos, quando "A
gerente me disse que não havia nenhum Márcio na agência".
Finalmente, a Febraban faz importantes alertas para se evitar risco de
golpes com pedidos de transferência via TED e cartão, a par de esclarecer que que
bancos nunca pedem informações bancárias; nunca ligue para números de telefone
indicados em mensagens; quando receber suposta ligação do banco, confirme a
autenticidade da história, ligando para seu gerente ou sua agência; nunca compartilhe dados como senhas, token e
outros dados pessoais em ligações; e consulte o responsável pela linha na
plataforma “Que Empresa me Ligou”, caso receba mensagem comercial.
Com isso, tem-se como importante alerta sempre se evitar conversa com
quem ligar informando que se trata de banco ou da segurança dele, que é sempre
para informar algo errado com a sua conta, com o desejo de ajudar a corrigir a
falha, quando se trata mesmo de fraude, que não acontece se o telefone for imediatamente
desligado e pronto.
Caso persista alguma dúvida sobre transação bancária, é importante se
ligar imediatamente para a sua agência e se esclarecer diretamente na fonte confiável.
Enfim, maior clareza do que consta das supracitadas informações tendem a
contribuir para se evitar a incidência de fraude bancárias, evidentemente se
elas forem rigorosamente observadas pelas pessoas, quando, do contrário, o prejuízo
pode ser inevitável e irrecuperável, posto que a própria pessoa teria fornecido
os elementos essenciais para a fraude.
Apelam-se por que as pessoas não se deixem envolver e influenciar por
conversas vindas de interessados bonzinhos, normalmente trazendo alerta para a proteção
de seus interesses, porque a sua gentileza em atendê-los termina fornecendo os
elementos necessários ao desvio de valores da sua conta bancária.
Acorda, pessoal!
Brasília, em 27 de janeiro de 2025