O Brasil enfrenta séria crise ética e moral, que se adensa cada vez mais
por conta do aperfeiçoamento das suas técnicas horrorosas, muito mais do que se
poderia imaginar, evidentemente por contar também com o avanço da tecnologia,
que tem o nome de inteligência artificial, que de artificial mesmo tem quase
nada, quando ela é associada à esperteza humana, conforme mostram os fatos do
cotidiano.
Essa deprimente crise conta com importante ingrediente, que se robustece
e se consolida ao longo dos tempos, na forma de impunidade, em que pesem não
somente as denúncias de corrupção, em níveis de generalização, mas a própria visibilidade
da sua materialidade, que é vista a olhos nus, que ganha importância de banalização,
contornos estes que servem de álibi para a disseminação do império da generalizada
esculhambação.
A verdade é que nem se percebem ações apropriadas, muito menos políticas
públicas, como forma concreta e efetiva de combate ao crime organizado ou às práticas
individuais recrimináveis, porquanto o delito se formaliza e prospera livremente,
no maravilhoso país do deboche aos princípios do decoro, da ética, da dignidade
e da moralidade, que são ignorados por quem a incumbência de adotá-los como
respaldo ao combate à criminalidade.
À toda evidência, é preciso se reconhecer o país que tem consciência da desmoralização
generalizada e pouco age ou nem age, diante da nutrida desenvoltura da
criminalidade que campeia em todas as formas e maneiras tóxicas, com destaque para
o crime organizado e a corrupção.
É visível que o país se torna impotente e incapaz para restabelecer os fundamentais
princípios da ética, da honestidade e da legalidade, como forma de bons
exemplos para futuras gerações e o mundo.
Não há a menor dúvida de que todas as gerações hão de conviver com o
país submisso a todas as formas de excrescências morais, ante a banalização do império
vergonhoso da criminalidade, que conquistou o “direito”, pasmem, à felicidade
com as práticas viciadas da delinquência, que assombrariam terrivelmente em
qualquer país minimamente civilizado e sério.
É interessante e até preocupante se perceber que existem aspectos
culturais prevalentes que refletem nessa tendência da criminalidade consolidada
e preponderante, de certa forma pela prevalência da glamourização dos canalhas,
porque eles não se intimidam com as críticas, que não surtem mínimo de intimidação
na contumácia de seus atos delituosos.
Infelizmente, nada será mudado no país da impunidade, em termos de combate
à criminalidade, com muito mais potencialidade, enquanto não se decretar a
prisão de importantes bandidos de colarinho branco, sendo presos, algemados, empilhados
em camburões policiais e guardados nos porões infectos das cadeias, além de
serem obrigados à devolução das riquezas desviadas.
Enfim, é preciso se acreditar que essa terrível bagunça que privilegia a
criminalidade e a impunidade, não é culpa da indolência em desfavor da moralização
do país somente das autoridades incumbidas das políticas pertinentes, mas sim também
da sociedade, que silencia, em forma implícita de aceitação do império dos atos
criminosos e prejudiciais aos interesses não somente do Brasil, mas também dos
brasileiros.
Por seu turno, convém se condenar ainda a total indiferença da mídia,
que tem responsabilidade pelo caos na segurança pública, quando, ao contrário, ela
até glamouriza o banditismo, permitindo o estímulo da lei da esperteza, ficando
patente que o bom negócio tem a marca da vantagem em tudo, mesmo que decorrente
da delinquência.
Por fim, apelam-se por que os verdadeiros brasileiros se despertem dessa
terrível letargia que permite que o país seja tomado pela criminalidade muito bem-organizada,
com capacidade para causar barbaridade que estarrece, em termos de violência
aos princípios da legalidade, da dignidade e da moralidade, com total prevalência
da impunidade, justamente em razão da omissão de todos.
Brasília, em 22 de janeiro de 2025
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