Diante de manifestação da minha lavra, em que
eu me posicionei contrária ao ingresso de pessoas estranhas de escritores na
Academia Brasileira de Letras, uma pessoa se insurgiu em discordância do meu
texto, dizendo que eu teria escrito e falado besteira, porque aquela academia foi
criada com inspiração na Academia Francesa de Letras, como tal, lá, como cá,
aceitam notáveis em outras áreas da cultura, que é o caso da grande atriz
imortalizada.
Em resposta, eu disse que, ao que tudo indica, são tempos modernos,
porque antes, com raríssimas exceções, eram seguidas as rígidas regras insculpidas
no art. 2º do Estatuto da Academia Brasileira de Letras, assim vazado: “Só
podem ser membros efetivos da Academia os brasileiros que tenham, em
qualquer dos gêneros de literatura, publicado obras de reconhecido mérito ou,
fora desses gêneros, livro de valor literário. As mesmas condições, menos a de
nacionalidade, exigem-se para os membros correspondentes.”.
Depreende-se desse texto que “só podem ser membros efetivos da academia”
quem tenha publicado livros de reconhecido mérito, ou seja, autênticos
escritores, em que pese essa permissividade vinda de fora, o que é lamentável,
evidentemente sob o prisma dos escritores.
Penso que outras atividades deveriam criar as suas academias, para que as
personalidades da sua área possam usufruir as homenageadas merecidas no seio de
seus ilustres pares.
Eu mesmo sou autor de 78 livros, mas jamais terei a satisfação nem o
direito de chegar sequer perto da ABL, porque há verdadeira distorção institucionalizada,
quanto ao ingresso de escritores lá, nos ditos tempos da modernidade, com a
aceitação de outros profissionais diferentes de escritores.
Segundo penso, isso não condiz, por certo, com a finalidade para a qual
aquela casa foi criada, além do que somente entram lá escritores com cacife
grande e poderoso e isso não consta escrito precisamente no seu estatuto.
Acredito que essa ideia de se permitir o ingresso na ABL de pessoas estranhas de escritores seria apenas
circunstancial, como forma de valorização da academia, apenas por eventual
falta de candidatos escritores propriamente ditos, o que até se justificaria a
invasão que eu considero indevida de outros profissionais, mas apenas em caráter
excepcional e até mediante forte justificativa, de forma plausível.
Enfim, infelizmente as pessoas pensam e falam conforme melhor lhes
convém, não respeitando o pensamento de quem escreve para dizer a sua verdade
sobre os fatos da vida, sem qualquer intenção de ferir nem agredir a sensibilidade
de ninguém.
Brasília, em 10 de janeiro de 2025
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