sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Humanização da segurança

O embate entre as forças de segurança pública e as organizações criminosas estão cada vez mais intensas, nos centros metropolitanos, à vista dos crescentes aumentos de mortes.

Em cada ano, os números da violência no país crescem, indicando que as estratégias das políticas construídas pela segurança pública, voltadas especialmente para as periferias das grandes cidades, não têm surtido os efeitos esperados, quais sejam, a diminuição da criminalidade e a proteção pacífica das comunidades da periferia.

Com isso, a população da periferia, formada por pessoas de baixa renda, menos escolarizadas, desprovidas de acesso aos serviços públicos essenciais, que mais sofrem, tanto pela falta de ações do Estado como dos maus-tratos dos criminosos, que são obrigadas a seguir a cartilha deles.

A verdade é que, nesses embates, muitos jovens, homens e mulheres são executados por agentes da polícia, mesmo sendo inocentes, mas culpabilizados apenas por residirem próximos aos marginais, que deles são eternos reféns.

O pior de tudo isso é que, em alguns casos, as investidas policiais na periferia passam a ideia de ação de vingança ou justiçamento, quando a simples busca de um criminoso normalmente se transforma em chacina, atingindo pessoas inocentes.

Observa-se que os grandes líderes do crime organizado, como traficantes de drogas e armas, nem sempre são encontrados e presos, evidentemente continuam em liberdade, comandando a barbárie que é própria da criminalidade.

Diante dessa prática recorrente, suscita-se a indagação natural: por que a inteligência das forças de segurança pública não consegue identificar precisamente a localização dos principais líderes, para o fim de somente  prendê-los, sem necessidade mais violência contra pessoas inocentes?

Compete aos órgãos policiais, na forma legal, investigar e prender os infratores penais e submetê-los ao julgamento do Judiciário, que cuida de condená-los, de acordo com os crimes por eles praticados.

É evidente que os policiais são obrigados a se defender, da melhor forma possível, dos ataques dos criminosos, que quase sempre usam armas superiores às da polícia.

Não obstante, isso não autoriza os policiais dispararem alheiamente contra pessoas inocentes, segundo isso seja comum, segundo as denúncias de moradores onde acontecem as chacinas atribuídas às forças de segurança, atingindo pessoas inocentes e deixando escapar os criminosos.

É fundamental que existam táticas bem definidas, tendo por base informações precisas e concretas, com vistas a se evitar mortes de pessoas da comunidade e se prender os criminosos, que é a finalidade precípua das operações policiais.       

Na verdade, espera-se que as operações policiais, de modo geral, tenham como estratégia a moderação, o bom senso e a sensatez, para que seja possível se evitar mortes de pessoas inocentes, evidentemente na medida do possível.

É sabido que as forças de segurança pública não são treinadas para a truculência nem para o descuido de atirarem contra pessoas inocentes, mas, por força de suas atividades perigosas e de risco, não resta alternativa possível para se evitar situação como essa, sob pena de muitas vezes se incorrer na perda da própria vida.

 Enfim, certamente que os brasileiros apoiam todas as ações empreendidas pelas forças de segurança pública, porque elas são extremamente necessárias e fundamentais, apenas apelando para que, na medida do possível, sejam poupadas as vidas de pessoas inocentes.

Brasília, em 24 de janeiro de 2025 

Nenhum comentário:

Postar um comentário