O embate entre as forças de segurança pública e as organizações
criminosas estão cada vez mais intensas, nos centros metropolitanos, à vista
dos crescentes aumentos de mortes.
Em cada ano, os números da violência no país crescem, indicando que as
estratégias das políticas construídas pela segurança pública, voltadas especialmente
para as periferias das grandes cidades, não têm surtido os efeitos esperados,
quais sejam, a diminuição da criminalidade e a proteção pacífica das
comunidades da periferia.
Com isso, a população da periferia, formada por pessoas de baixa renda, menos
escolarizadas, desprovidas de acesso aos serviços públicos essenciais, que mais
sofrem, tanto pela falta de ações do Estado como dos maus-tratos dos criminosos,
que são obrigadas a seguir a cartilha deles.
A verdade é que, nesses embates, muitos jovens, homens e mulheres são
executados por agentes da polícia, mesmo sendo inocentes, mas culpabilizados apenas
por residirem próximos aos marginais, que deles são eternos reféns.
O pior de tudo isso é que, em alguns casos, as investidas policiais na
periferia passam a ideia de ação de vingança ou justiçamento, quando a simples
busca de um criminoso normalmente se transforma em chacina, atingindo pessoas inocentes.
Observa-se que os grandes líderes do crime organizado, como traficantes
de drogas e armas, nem sempre são encontrados e presos, evidentemente continuam
em liberdade, comandando a barbárie que é própria da criminalidade.
Diante dessa prática recorrente, suscita-se a indagação natural: por que
a inteligência das forças de segurança pública não consegue identificar
precisamente a localização dos principais líderes, para o fim de somente prendê-los, sem necessidade mais violência
contra pessoas inocentes?
Compete aos órgãos policiais, na forma legal, investigar e prender os
infratores penais e submetê-los ao julgamento do Judiciário, que cuida de
condená-los, de acordo com os crimes por eles praticados.
É evidente que os policiais são obrigados a se defender, da melhor forma
possível, dos ataques dos criminosos, que quase sempre usam armas superiores às
da polícia.
Não obstante, isso não autoriza os policiais dispararem alheiamente
contra pessoas inocentes, segundo isso seja comum, segundo as denúncias de
moradores onde acontecem as chacinas atribuídas às forças de segurança, atingindo
pessoas inocentes e deixando escapar os criminosos.
É fundamental que existam táticas bem definidas, tendo por base informações
precisas e concretas, com vistas a se evitar mortes de pessoas da comunidade e
se prender os criminosos, que é a finalidade precípua das operações policiais.
Na verdade, espera-se que as operações policiais, de modo geral, tenham
como estratégia a moderação, o bom senso e a sensatez, para que seja possível se
evitar mortes de pessoas inocentes, evidentemente na medida do possível.
É sabido que as forças de segurança pública não são treinadas para a
truculência nem para o descuido de atirarem contra pessoas inocentes, mas, por
força de suas atividades perigosas e de risco, não resta alternativa possível
para se evitar situação como essa, sob pena de muitas vezes se incorrer na
perda da própria vida.
Enfim, certamente que os
brasileiros apoiam todas as ações empreendidas pelas forças de segurança
pública, porque elas são extremamente necessárias e fundamentais, apenas
apelando para que, na medida do possível, sejam poupadas as vidas de pessoas
inocentes.
Brasília, em 24 de janeiro de 2025
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