Em entrevista concedida a um site, o último ex-presidente brasileiro
declarou que se arrepende de ter colocado generais na Esplanada, tendo afirmado
que faria algo diferente, com a colocação de "ministros mais cascas-grossas"
para enfrentar o sistema.
O político afirmou que "Você fala: 'o que faria diferente?' Os
ministros palacianos seriam diferentes. Eu não teria lá alguns nomes, um
general aqui. Eu não teria mais general ali. Eu ia ter ministros mais parrudos,
mais casca-grossa para enfrentar o sistema".
A propósito, a Polícia Federal indiciou quatro generais que participaram
da governo dele, por suposta participação em trama golpista, os quais também foram
presos, preventivamente, por ordem de juiz da corte maior do país.
O ex-presidente do país confessa, agora, arrependimento por ter nomeado
generais no seu governo, não sabendo ele que isso só demonstra a sua incapacidade
na escolha das pessoas certas para o cumprimento das missões pretendidas por
ele, especialmente porque os militares não tiveram capacidade para enfrentar o
sistema, afirmado por ele.
Na verdade, foi o próprio ex-presidente do país que demonstrou não ter
tido condições para confrontar-se com o seu pior inimigo, o sistema, porque
competia exclusivamente a ele o enfrentamento das situações contrárias ao seu
governo.
Por certo, o erro é humano, mas é muito triste e estranho se ouvir de
ex-mandatário do país que teria errado na escolha de seus auxiliares, porque é
o mesmo que se dizer que houve fracasso nos seus atos, nesse particular, quando
nada pior teria ocorrido se ele tivesse nomeado as pessoas certas, os
verdadeiros “cascas-grossas”, mas não o fez.
Confessar que teria errado, na sua gestão, é muito importante, porque
reconhece o lado humano, mas isso implica também no reconhecimento da
fragilidade pessoal de comando, além de expor publicamente que houve, segundo
ele, negligência por parte de generais, no cumprimento da missão para a qual
eles foram nomeados, o que não é de bom tom tal forma de denúncia, porque isso tem
o condão de denunciar completa incompetência, do chefe e dos subordinados.
Ou seja, mesmo ele tendo concluído pela deficiência dos generais e, de roldão,
dele próprio, quando afirma que “Eu não teria mais generais aqui.”,
desaprovando, de forma geral, a atuação dos militares, no seu governo, isso
seria muito mais razoável e elegante que o ex-presidente do país tivesse
mantido o seu entendimento somente para ele.
Enfim, confessar arrependimento é muito importante, porque é
compreensível como natural ao ser humano, mas desde que isso não envolva outras
pessoas, como fez de forma completamente equivocada e insensata o ex-presidente
do país.
Brasília, em 24 de janeiro de 2025
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