O virtual futuro presidente da Câmara Federal tem consciência dobre os cuidados
que precisa para não melindrar as relações construídas com cada ponto acordado
e negociado com as legendas, como forma da garantia do troca-troca alinhavado
entre ambos.
Na verdade, as negociatas para assegurar a presidência daquele órgão vão
da direita à esquerda, do PL ao PT, tendo o envolvimento de 488 dos 513
deputados, com a garantia da distribuição de vergonhosas recompensas aos
políticos.
Ou seja, o favoritismo do candidato tem por base, pasmem, a satisfação de
interesses particulares de partidos e pessoalmente de deputados, em que o
eleito precisa cumprir literalmente a agenda acertada em troca do voto, ficando
explícito que o futuro presidente tem compromisso com os interesses dos parlamentares
e não com as causas da instituição para a qual ele foi eleito, em claríssima demonstração
de falta de decoro, desonestidade funcional e irresponsabilidade cívica.
Na realidade, o futuro presidente
tem compromisso em agendar ou pautar assuntos delicados ao entendimento dos
partidos, nos quais se incluem, por exemplo, a proposta que anistia os acusados
pelos atentados nas sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023 e outros
que agradam ou não algumas legendas.
Esse assunto é considerado delicado e tem a defesa de partido da direita,
mas também encontra forte oposição da ala governista, que tem a maior bancada,
no conjunto.
Diante das circunstâncias, o candidato do sistema ainda tem como
indefinida a dinâmica que irá adotar na definição da pauta da Câmara, fato
este4 que mostra o medo de desagradar um dos lados e perder votos.
Um parlamentar tenta galgar a presidência do órgão explorando exatamente
os pontos de degeneração moral, bem como da fragilidade quanto às decisões a
serem adotadas, quando estão em jogo a forma vergonhosa de submissão aos interesses
estranhos à institucionalidade do órgão, a serem normal e servilmente gerenciados
pelo eleito, que não passa de fantoche dos tubarões aproveitadores do
Parlamento e das benesses do poder público, que são maioria absoluta no exercício
do mandato.
Um candidato da oposição ao sistema dominante disse que “Não há
clareza sobre quais propostas da oposição serão, de fato, implementadas por (omiti
o nome), caso ele seja eleito. E, quando alguém tem apoio do (omiti o
nome do partido), eu fico automaticamente com o pé atrás”.
Na verdade, o candidato do sistema prefere não dizer os pontos negociados,
como os principais acordos nebulosos fechados, em troca de votos.
Não obstante, é certo que ele já conta com os votos dos parlamentares da
situação, que tem sido a base da aprovação dos projetos do governo, mantidos e
assegurados sob gordas e questionáveis emendas parlamentares e isso vem sendo o
ponto nevrálgico que fundamenta as decisões no Congresso Nacional, nada que
assegure a credibilidade do decoro parlamentar, diante da certeza da existência
do indecente e indigno troca-troca, sob a égide dos interesses individuais e
partidários, em detrimento das causas inerentes ao interesse público.
Agora, na reta final da campanha, tudo fica muito nítido sobre a consolidação
do que há de mais degradante da política brasileira, em que, no caso, os
deputados se esforçam na concentração de seus votos unicamente no candidato que
se comprometa a satisfazer os seus escusos anseios particulares, basicamente em
troca de cargos e outras formas que estejam em harmonia com os seus objetivos
políticos e isso fica muito bem claro, quando um dos candidatos merecem o apoio
quase unânime.
Enfim, cada vez mais se impõe que os verdadeiros brasileiros precisam se
conscientizar sobre a urgente moralização do Brasil, especialmente na eleição somente
de parlamentares que demonstrem ter vergonha, caráter, decoro e dignidade, na
defesa exclusivamente dos interesses do Brasil e do povo.
Brasília, em 29 de janeiro de 2025
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