domingo, 18 de maio de 2025

À espera de definição

 

O principal líder da oposição tem demonstrado resistência em indicar o governador de São Paulo como candidato à Presidência da República, nas próximas eleições.

Ao contrário disso, ele vem reforçando críticas ao governador daquele estado e, segundo interlocutores, esse fato tem contaminado a posição dele sobre o tema referente a eleição.

O momento se encontra conturbado, no que diz respeito aos movimentos para o emplacamento do nome do governado paulista para o cargo presidencial ou até mesmo sobre a discussão de candidatura da direita, desde logo.

O ex-presidente do país teria se queixado de que o governador paulista não estaria se solidarizando o suficiente com as causas do antigo chefe.

Nesse imbróglio de relacionamento político, também há queixas sobre a existência de pontes que o governador tem com a corte maior do país, fato que constitui preocupação no seio do seu grupo político.

Nesse cenário de dúvidas, há suspeita de que o ex-presidente teria preferência pela indicação do nome de alguém do próprio clã familiar, como a ex-primeira-dama do país, que tem sido bastante citada, nos bastidores, em que pese alguns aliados dele verem isso com desconfiança.

Nessa composição política, um de seus filhos também é apontado como possível candidato à presidência, com o apoio do chefe do clã.

Não obstante, em público e reservadamente, o ex-presidente mantém o discurso de que é ele o candidato ao Palácio do Planalto, em que pese ele está inelegível.

A verdade é que as lideranças de partidos de centro  e de direita se dizem preocupadas com o cenário que sinaliza pela insistência do próprio nome dele, até a última hora, para a indicação de alguém de seu clã, como cabeça da chapa presidencial.

A verdade é que a preferência de aliados políticos do ex-presidente, neste momento, é pelo nome do governador paulista, ainda que alguns digam que estarão ao lado do ex-presidente, independentemente da escolha dele.

Em caso da escolha seja pela esposa ou pelo filho, importante ala de aliados, até mesmo dirigentes de centro, com peso eleitoral, ameaça não integrar a campanha de direita, em 2026.

A preocupação de aliados com a insistência do ex-presidente em se colocar como candidato ao Palácio do Planalto vem se acentuando e isso é prejudicial ao processo eleitoral que se aproxima, exatamente por falta de definição.

A indefinição pode contribuir para dificultar a vitória da direita, por encurtar o tempo de campanha, além de dificultar a organização das chapas nos estados.

Havia a expectativa de que, com o avanço do julgamento do caso referente à tentativa de golpe de Estado, pudesse haver a sinalização de que o ex-presidente pretendesse investir em outra candidatura, mas isso não ocorreu, ficando muito claro que ele se preocupa em manter seu capital político como  importante trunfo, enquanto busca se defender do que é chamado de perseguição política.

Enfim, com a proximidade do processo eleitoral e a incerteza do cenário, aumenta o clima de tensão no centro e na direita, diante da indefinição e do visível compasso de espera, aguardando que o ex-presidente resolva, enfim, sobre o seu futuro político.

Como visto, o ex-presidente deixa muito claro o seu instinto político como verdadeiro aproveitador da vida pública, ao defender, com unhas e dentes, os seus interesses, como forma de proteger o seu patrimônio, conquistado ao longo das suas atividades políticas.

Ao contrário disso, ele já teria se definido, em termos políticos, à luz da situação de momento, inclusive tendo em vista a sua inelegibilidade, permitindo a realização de composições políticas, com o aproveitamento dos melhores candidatos, sem qualquer pendência do clã que não abre mão da sua influência política.

A verdade é que está em jogo o futuro político do ex-presidente, que tem muito a ver com os políticos que ele indicar e apoiar como candidatos da sua confiança, na esperança de merecer a garantia de lealdade e da reciprocidade de apoio.

Enfim, os brasileiros esperam que o ex-presidente do país se conscientize de que, ele estando inelegível, o senso comum aconselha que ele precisa definir o seu sucessor, de preferência com a indicação do político que estiver mais bem posicionado na preferência eleitoral, entre os seus aliados.

Brasília, em 18 de maio de 2025

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