Treinador milionário

Conforme noticiado pela mídia, a Confederação Brasileira de Futebol acaba de contratar o treinador da Seleção Brasileira de Futebol, merecendo destaque os valores compreendidos no contrato, em que serão pagos o salário mensal de R$ 5 milhões, além do bônus de R$ 31,6 milhões, fretamento de jatinho para as idas do técnico à Europa e aluguel de moradia, no Rio de Janeiro, com o acréscimo do pagamento do pessoal auxiliar do treinador.  

Como se vê, chegam a ser não astronômicos os valores envolvidos, mas  surreal a contratação, a preço de ouro, de técnico em fim de carreira, que não conseguiu evitar a eliminação do seu time da Champions League, como também não teve capacidade para evitar o sucesso do principal time opositor ao que ele treina, no campeonato espanhol.

À toda evidência, trata-se de investimento extremamente arriscado, tendo em vista que a única certeza que se tem é a de que a Seleção Brasileira passa apenas a ser comandada por técnico top de linha, que é detentor de currículo extraordinário, invejável, por colecionar os maiores títulos por importantes times da Europa.

Acontece que isso só demonstra falta de planejamento e de visão futebolística, no entendimento segundo o qual o técnico de futebol, por mais capacitado e experiente que ele seja, não ganha absolutamente nada quando o time é muito fraco e deficiente, que é o caso atual da seleção do Brasil, que vem colecionando decepção seguida de frustração, ao perder bisonhamente para seleções que antes eram freguesas de carteirinha do Brasil, tanto jogando em casa como no exterior.

O certo é que o novo técnico da Seleção Canarinha, que é notoriamente famoso, não vai alterar nem acrescentar absolutamente nada ao time que conseguiu desaprender literalmente a jogar o bom futebol, à vista da mediocridade com que ela vem se apresentando, sem criatividade nem versatilidade, em termos técnicos.

Tem-se, na Seleção Brasileira, verdadeiro paradoxo, quando agora se pode dizer que ela tem, no seu comando, certamente o técnico mais valoroso do mundo, em termos de dinheiro para contratá-lo, cujo montante extrapola o senso de racionalidade, para a contratação apenas do nome do profissional, quando se sabe que técnico não joga e não tem a menor responsabilidade pelo que os jogadores fazem em campo.

Isso, por si só, não garante o soerguimento do time, que deverá continuar jogando o futebol pobre e sem criatividade, justamente por falta de craques e jogadores em nível da Seleção Brasileira, que teria alcançado respeito e admiração mundo afora, precisamente por ela ter conseguido padrão acima do nível normal.

Enfim, resta a esperança de que o novo técnico da Seleção Canarinha consiga imprimir nova padronização de jogo para o time, sob a orientação do mais caro técnico do mundo, de modo que os jogadores reaprendam a jogar o futebol arte que já foi a marca registrado do Brasil, ao conquistar a admiração e respeito mundiais, pela qualidade do seu futebol.

            Brasília, em 13 de maio de 2025