domingo, 11 de dezembro de 2011

A indignidade

Quando todo mundo imaginava que o vendaval na política do Distrito Federal havia se dissipado, eis que surge nova notícia, que os brasilienses nem mais se surpreendem, dando conta de apurações que estão sendo realizadas pela Polícia Federal, consistindo, basicamente, no possível súbito crescimento patrimonial de familiares do governador, a partir do ano de 2008. O nominado político e seus familiares estão desesperados ante a revelação desse lastimável episódio, que põe em dúvida, mais uma vez, a honradez de quem prometeu à sociedade brasiliense radical mudança política candanga, com a erradicação das abomináveis e inaceitáveis práticas de corrupção comuns nos governos precedentes ao seu. Como se pode perceber, a mudança, infelizmente, foi para pior, diante das reiteradas notícias do governador nas páginas policiais. Agora, o clima esquentou, porque pessoa da família do político ameaçou explodir veículo de um repórter, como forma de intimidação para que a matéria não seja veiculada. Ao contrário disso, as ameaças de violência só contribuem para que a imprensa intensifique a procura por esclarecimentos sobre o affaire, no sentido de detalhar as circunstâncias dos fatos noticiados. É evidente que esse rumoroso caso deverá ser desvendado pelo órgão competente, porém, é dever de todo cidadão público prestar contas à sociedade dos seus atos, inclusive particulares, máxime porque foi por intermédio dela que essa autoridade se elegeu para o importante cargo de governador, o qual não poderia ser exercido por quem se recusa a cumprir os princípios fundamentais da democracia, no diz respeito, em especial, à transparência de seus atos, tanto públicos como privados. A sociedade exige que os governantes sejam obrigados a prestar contas de seus atos à população, mostrando, quando for o caso, a real situação dos fatos inquinados de irregulares, como forma, não só de prestigiar os princípios democráticos, mas de não permitir que dúvidas pairem para sempre sobre questões da máxima importância para os destinos da administração pública. Acorda, Brasília!  

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 11 de dezembro de 2011

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