segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Alívio na Esplanada

Enfim, o ministro “destrabalhado”, diante da súbita pressão dos últimos dias, foi obrigado a pedir exoneração do cargo de titular do Ministério do Trabalho, uma vez que, caso não o fizesse, fatalmente seria defenestrado da rampa mais famosa do país pela presidente da República, que vinha tendo seguidos e enormes desgastes políticos com as sucessivas denúncias de corrupção naquele órgão, que, a partir de então, ficou praticamente à mercê da procura de culpados pelas denúncias propriamente, sem a mínima preocupação, como era de se esperar, pelas apurações dos fatos, com vistas à comprovação do que realmente existe de certo ou de errado. Acontece que a exoneração em causa já vem tarde demais, anos-luz do que devia, porque o Brasil já havia perdido sua paciência há bastante tempo com as inúmeras travessuras protagonizadas por um político destrambelhado, mentiroso por natureza, que não conseguiu justificar os seus deslizes e suas falhas graves cometidas antes e durante o exercício do cargo de ministro. Ao sair, por comprovada improbidade administrativa, ainda atira para todos os lados e se julga perseguido, mas dono da razão, ao dizer que "Tendo em vista a perseguição política e pessoal da mídia que venho sofrendo há dois meses sem direito de defesa e sem provas; levando em conta a divulgação do parecer da Comissão de Ética Pública da Presidência da República - que também me condenou sumariamente com base neste mesmo noticiário sem me dar direito de defesa - decidi pedir demissão do cargo que ocupo, em caráter irrevogável.”. A conduta pessoal desse político, se comportando com total falta de estatura ética, mostrou-se incompatível com o importante cargo de ministro, ante suas atitudes precipitadas de prepotência verbal e da inobservância dos comezinhos princípios da hierarquia funcional, da ponderação e da seriedade por parte de quem se encontra investido no referido cargo. A sociedade pode aplaudir a saída de mais um corrupto da Esplanada dos Ministérios e torcer para que o desfecho de mais um episódio lamentável de corrupção com dinheiros públicos, que vinha paralisando o governo com a enxurrada de denúncias de irregularidades, seja possível com a apuração dos fatos apontados, a reparação dos prejuízos causados ao Tesouro e a punição dos envolvidos, para que isso sirva de exemplo para que a administração pública brasileira tenha gestão segundo os princípios da honestidade, da ética e da moralidade. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 05 de dezembro de 2011

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