sábado, 17 de dezembro de 2011

Valorização da vida

Quase diariamente, a imprensa e a população de Brasília se manifestam sobre a caótica situação do uso do eixão, que tem sido motivo de sucessivos acidentes, envolvendo pedestres e motoristas, com resultados trágicos e muitas vezes com perdas de vida ou mutilação de órgãos humanos, normalmente com a sua inutilização para sempre, como eterno castigo para as pessoas envolvidas, mas isso não tem sido capaz de mudar a mentalidade da população que insiste no perigo, com a utilização das belas, porém perigosíssimas pistas. É intrigante que os fatos nefastos, os sinistros aconteçam amiudamente e são noticiados com o destaque que se exige para tamanha gravidade, mas as autoridades distritais responsáveis não são sensibilizadas nem se interessam pela solução desse enorme problema social. Na verdade, ninguém se preocupa em adotar medidas com vistas à equação e resolução do lastimoso caso. Convém ressaltar que Brasília é pioneira em várias e importantes iniciativas que têm servido de exemplo e modelo para o resto do país, como a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança e da faixa de pedestres. Com esteio em medidas dignificantes como essas, seria importante que houvesse disposição governamental e vontade política para a solução desse caso, com a locação de recursos humanos e materiais necessários, voltados para campanhas e fiscalizações rigorosas e apropriadas. É evidente que, antes de qualquer esforço para educar e instruir a população sobre a correta ultrapassagem sob o eixão, convém que as passagens subterrâneas sejam completamente reformadas, dotando-as de condições compatíveis com o desejável uso do ser humano, principalmente em termos de conforto e segurança. No mais, o Estado, além de prestar os meios necessários à humanização dos meios e instalações do eixão, tem a obrigação de criar, instalar e manter sistemas de fiscalização e controle sobre o uso do eixão, com abrangentes medidas educativas, enérgicas e severas, no estrito cumprimento das normas de trânsito e principalmente na defesa da vida humana, devendo, inclusive, aplicar as penalidades cabíveis, na forma da lei. A sociedade espera que os governantes despertem com urgência sobre a necessidade da revitalização das passagens subterrâneas do eixão, de modo que elas possam ser utilizadas de forma racional, e da adoção de medidas capazes de evitar tantas mortes na via de tráfego mais famosa de Brasília. Acorda, Brasília!         

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 16 de dezembro de 2011

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