quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Descontrole do endividamento

Computando o resultado do aumento de 1,15% no mês de novembro último, a Dívida Pública Federal, compreendendo os endividamentos interno e externo, atingiu o montante de R$ 1,83 trilhão, segundo dados divulgados pela Secretária do Tesouro Nacional. A variação é resultado da emissão líquida no valor de R$ 5,66 bilhões. As emissões de títulos públicos somaram R$ 39,96 bilhões em novembro e os vencimentos totalizaram R$ 34,3 bilhões. O relatório também revelou o crescimento da dívida interna no mesmo índice, que atingiu a quantia de R$ 1,75 trilhão, enquanto a dívida externa brasileira teve aumento de 9,45% em novembro, chegando ao valor de R$ 80,93 bilhões. É curioso que o patamar de crescimento da dívida pública, na forma da meta prevista no Plano Anual de Financiamento se situa entre R$ 1,8 trilhão e R$ 1,93 trilhão, com a expansão, no fim do ano, da ordem de R$ 236 bilhões. No governo anterior e no atual, não se perdiam oportunidades para as costumeiras vanglórias no sentido de que a dívida pública era coisa do passado, que tudo estava navegando em céu de brigadeiro, sem qualquer turbulência ou preocupação com os credores da nação. O certo é que a evidente incompetência da gestão e desperdício dos recursos públicos, ante a expansão dos atos de corrupção, do inchamento da máquina pública, da falta de controle dos gastos, das benesses com emendas parlamentares, entre outras deficiências e falhas administrativas, exigem que o governo seja obrigado a se endividar de forma descontrolada e absurda, a ponto de não conseguir abater um centavo da dívida. Não obstante, o governo tem sido bastante habilidoso no pagamento dos juros, que este ano já superaram os R$ 220 bilhões, ou seja, quase o mesmo valor do crescimento da dívida no período. Tudo isso é motivo para se lastimar, máxime porque esses recursos seriam muito bem empregados em investimentos em benefício da sociedade, nos hospitais, na educação, na..., caso houvesse competência do governo para administrar o rombo da Dívida Pública Federal. Resta à sociedade protestar contra a incapacidade governamental para a eficiente gestão do endividamento interno e externo, augurando por que sejam adotadas estratégias que visem à imediata e drástica diminuição desse malefício para os brasileiros, que somente o governo não o percebe. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 21 de dezembro de 2011

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