segunda-feira, 9 de abril de 2012

Segurança à deriva

Nos últimos dias, o brasiliense vem enfrentando momentos de apreensão e de polvorosa insegurança, diante da alarmante onde de violência e criminalidade, com os absurdos registros, somente no final de semana, de mais de uma dezena de homicídios e uma série de sequestros relâmpagos, além de roubos e assaltos por todos os lados, em números assustadores e preocupantes. Enquanto o caos é instalado com a falta de segurança, os bandidos aproveitam a situação propiciada pela operação tartaruga deflagrada pelos policiais militares e simplesmente deixa a população apavorada, por não ter a quem recorrer, ficando totalmente desprotegida e desamparada. É curioso que, enquanto a barbárie se alastra, os policiais militares festejam, com inusitado e deliberado desrespeito aos princípios de seu juramento de defender a ordem pública e a segurança da população. Essa manobra sórdida dos policiais não passa de intolerável contrassenso, por afastar a sociedade da defesa da sua causa e o pior é que isso significa forma bastante covarde e ridícula eleita para recorrer a parceiros infratores, objetivando a conquista de seu pleito, por mais que ele possa ser legítimo, mas os meios de fazê-lo não podem ser admitidos com o auxílio da bandidagem, se confundindo com ela, porque a sociedade percebe facilmente que o ardil demonstra nítida falta de argumento ou de elemento de convencimento, constituindo péssimo procedimento por parte de quem deveria se comportar com a melhor dignidade possível, principalmente em se tratando da pretensão de melhoria de vencimentos, quando é a própria sociedade que paga a conta, mediante pesados tributos. Veja-se que muitos militares comemoraram o alto índice de criminalidade, chegando a tripudiar com a nítida insegurança sentida pelo brasiliense; a dizer esse absurdo: “eu quero é que o paisano se exploda!”; a agradecer aos bandidos por efetivação de homicídio, afirmando: “Venho através dessa comunidade agradecer pela ação do bandido, que trouxe à tona nosso movimento”; e a afirmar, de forma covarde: “Obrigado, bandido”. Toda essa irracionalidade extrapolou os limites de tolerância, justamente por se tratar da corporação militar mais bem remunerada do que as Formas Armadas e as demais policiais militares do país.  A existência dessa desloucada operação, além de prejudicar visivelmente a sociedade, demonstra a absoluta falta de autoridade, quando o governo do DF assiste a devassidão da insegurança e não toma medida enérgica contra esse abuso. Aliás, depois que a situação fugiu do controle, o secretário de Segurança Pública disse, pasmem, “... o que a secretaria pode e tem feito é cobrar do comando da PM que administre essa situação.”, enquanto o povo explode de medo e de pavor. É lamentável que uma cidade moderna e com alto grau de instrução de seu povo seja administrada por pessoa sem qualificação suficiente para entender que, com a segurança pública, não pode haver a mínima tolerância. Urge que a sociedade brasiliense se conscientize sobre a necessidade da gravidade da falta de segurança pública no Distrito Federal e não permita que o governo distrital permaneça priorizando apenas marketing como forma de gestão de recursos públicos, promovendo intensas campanhas publicitárias na mídia, gastando o suado dinheiro do contribuinte com inverdades. Acorda, Distrito Federal!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 09 de abril de 2012

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