quinta-feira, 19 de abril de 2012

Forças Desarmadas

Nunca, na história deste grande país, a defesa nacional esteve tão ameaçada, fragilizada e impotente, em virtude do descaso por parte do governo, que se faz de ouvidos moucos diante das reclamações dos Comandos Militares, que reivindicam constantemente recursos materiais e financeiros, necessários não somente à manutenção das instalações militares e do parque bélico, que, devido ao prolongado uso à sua longevidade, já não funcionam adequadamente, mas, em especial, à aquisição de equipamentos modernos e suficientes para garantir a segurança do Brasil, nos termos das atribuições estabelecidas na Carta Magna. Além da necessidade do reequipamento, convém que as tropas sejam, urgentemente, preparadas e aprimoradas, tendo em conta as modernas técnicas de defesa nacional e a natural evolução dos materiais militares. Não chega a ser mais nenhuma novidade que o desgaste e sucateamento das instalações militares e do material bélico têm suscitado graves prejuízos tanto humanos quanto econômicos. Os claros desleixo e desprezo governamentais ficaram evidenciados em casos recentes, quando houve os incêndios no porta-aviões São Paulo, com a morte de um militar e ferimento grave de outro, e na Estação Antártica Comandante Ferraz, resultando as mortes de dois militares e a destruição de 70% de suas instalações. Esses e outros sinistros são até previsíveis, à vista da degeneração e do sucateamento criminosos e irresponsáveis das aguerridas e patrióticas Forças Armadas, exatamente por absoluta falta de investimentos pertinentes. Essa situação de nítido desprezo ao importante patrimônio da nação exige, nos termos legais, a responsabilização dos governantes que foram e continuam omissos e não estão nem um pouco preocupados com esse claro estado de calamidade, que jamais poderia ter atingido esse nível de alerta máximo, por envolver o âmago das principais funções do Estado, cuja prioridade não pode ser descurada, em momento algum, porque isso pode comprometer seriamente a soberania nacional e o nível dos poderes militar e estratégico, que nenhuma nação tem o direito de prescindi-los, sob pena de enfraquecer de forma vexatória e vergonhosa o indispensável respeito que as Forças Armadas devem naturalmente impor sobre as suas congêneres das nações amigas. A propósito, deveria servir de alerta ao Brasil a sábia e antiga expressão segundo a qual “quem quiser viver em paz, se prepare para a guerra”, mesmo que se trate de um país de índole eminentemente de paz e amor, mas a verdade é inconteste ao mostrar o seu despreparo ano-luz para se defender contra ataques inimigos, tanto em termos materiais modernos e eficientes quanto em motivação, treinamento e quantitativo de pessoal, indispensáveis à defesa nacional. Urge que os governantes se conscientizem da imprescindível necessidade de serem mantidas as Forças Armadas em condições de exercer, com eficiência e plenas condições estratégicas, as suas importantes missões constitucionais, principalmente a que se refere à defesa nacional e à segurança dos brasileiros. Acorda, Brasil!  "... É graças aos soldados, e não aos sacerdotes, que podemos ter a religião que desejamos. É graças aos soldados, e não aos jornalistas, que temos liberdade de imprensa. É graças aos soldados, e não aos poetas, que podemos falar em público. É graças aos soldados, e não aos professores, que existe liberdade de ensino. É graças aos soldados, e não aos advogados, que existe o direito a um julgamento justo. É graças aos soldados, e não aos políticos, que podemos votar...".  Barack Obama

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 19 de abril de 2012

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