segunda-feira, 30 de abril de 2012

Necessidade de competência

Um deputado federal do PDT foi anunciado pela Presidência da República como o novo ministro do Trabalho em atendimento às cobranças desse partido e das centrais sindicais, exatamente na véspera do Dia do Trabalho, 1º de maio. É curioso o fato de que o anúncio desse nome, embora fosse o preferido pela presidente da República para o cargo, foi definido em seguida à reunião dela com o presidente do PDT, aquele falastrão corrupto, que esteve à frente da pasta por mais de quatro anos, tendo sido defenestrado do cargo em dezembro último, em virtude dos bombardeios de uma série de denúncias de corrupção por ele praticada. Na ocasião, de forma extremamente estranha, em face dos lamentáveis motivos motivadores do afastamento do antigo ministro, a presidente o agradeceu pela importante colaboração e consolidação das conquistas obtidas pelos trabalhadores brasileiros, nos últimos anos. Em que pesem as graves denúncias contra o ex-ministro, até agora, nada foi esclarecido quem pagou pelo avião e sobre possível acerto sobre os valores inerentes à dupla e concomitante ocupação de cargos públicos no Rio de Janeiro e em Brasília, por cinco anos. Apenas a Procuradoria Geral da República disse que acúmulo de cargos públicos, em tese, é crime, mas não houve qualquer punição. Não obstante, a pior aberração fica mesmo por conta da entrega de mais um ministério para um partido político, o mesmo que já demonstrou completa incompetência para gerenciá-lo, tendo o usado apenas para a satisfação dos interesses pessoais e partidários, em detrimento dos programas governamentais, ante a ausência de resultados satisfatórios.  Essa nova nomeação também evidencia a verdadeira colonização dos ministérios, com a continuação do comando de um órgão de primeiro escalão ficando nas mãos dos calejados corruptos, sem qualquer mudança de filosofia de trabalho e muito menos de orientação presidencial. Por ter sido indicado pelo presidente do partido afastado do cargo de ministro por suspeita de corrupção, o novo ministro já começa com sua credibilidade abalada e seu cargo comprometido com o seu padrinho político, para quem o ministério terá as portas abertas, ou seja, a pouca vergonha somente muda de mãos. Na verdade, o povo brasileiro é responsável por esse descalabro e descrédito de autoridade, máxime pela falta de seriedade que vem resultando deficiência e degeneração do gerenciamento dos recursos públicos, pela delegação aos governantes sem exigir nada em troca, como honradez, eficiência, economicidade, moralidade e principalmente exemplo de dignidade e competência para comandar e gerenciar os negócios da sociedade. O povo brasileiro tem a obrigação de pensar com inteligência e sobretudo com responsabilidade sobre o que é realmente melhor para a nação, além de se impor com convicção e altruísmo sobre seus direitos de poder opinar e decidir soberanamente com relação aos destinos do país. Urge que a sociedade se conscientize sobre a real necessidade de serem eleitos somente pessoas comprometidas com a competência, a eficiência, a honradez, a moralidade, a economicidade e demais princípios que possam contribuir, de forma efetiva, para amenizar esse extremoso absurdo de incompetência do gerenciamento do Estado brasileiro, que vem prejudicando seriamente o desenvolvimento socioeconômico do país. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 30 de abril de 2012

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