A presidente da República começou a compor a
famigerada Comissão da Verdade, com a primeira indicação recaindo na pessoa da
sua advogada durante a ditadura militar, no período de 1964 a 1985, medida essa
que já foi confirmada pela causídica, que disse: "Recebi agora o comunicado da presidente". A advogada também
defendeu o ex-marido da presidente, que também foi terrorista e preso político.
Segundo informação palaciana, a presidente pode anunciar o mais rápido possível
os nomes dos sete membros dessa comissão, que foi aprovada em novembro último e
deve começar a trabalhar imediatamente, tendo por objetivo apurar as violações
aos direitos humanos ocorridas de 1946 e 1988, com abrangência no período do
Estado Novo, da ditadura do governo Vargas, até a publicação da Constituição
Federal vigente. Cogita-se também que já houve a escolha do nome de outra
pessoa para integrar a comissão, que é professor e atual presidente da Comissão
Internacional Independente de Investigação da Organização das Nações Unidas
para a Síria. Ele tem vasta experiência com a Justiça internacional, tendo sido
membro da Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos,
para investigação de crimes em países da África, ministro dos Direitos Humanos
durante parte do governo tucano e colaborador do ex-presidente da República. A verdadeira cara da
Comissão da Verdade começa a ser mostrada, com a sua composição escolhida a
dedo e constituída por pessoas da intimidade ou da confiança palaciana, o que
acena claramente para a nação o real objetivo do seu resultado, que parece ser a
busca somente dos fatos que interessam ao governo, quando, para o bem da
verdade e até mesmo para possível justificativa da sua criação, se realmente há
necessidade de investigar alguma coisa, devem ser apuradas todas e quaisquer
violações protagonizadas por ambas as partes, não importando a extensão e a
intensidade da brutalidade havida nesse período conturbado da história recente
do país, porque essa verdade certamente a nação brasileira também desconhece
completamente. Na verdade, não deixa de ser constrangedor para os brasileiros
serem obrigados a respaldar uma medida a ser implementada sob seus auspícios,
i.e., custeada com seus recursos, para servir aos caprichosos interesses exclusivos
de um governo apenas desejoso de mostrar que a eficiente ação dos militares,
atuando em estrita defesa da pátria, não permitiu que as investidas criminosas
dos terroristas conseguissem o seu intento e, em consequências disso, prevaleceu
a violência das partes envolvidas, cuja remoção ou levantamento perdeu
relevância com a célebre Lei da Anistia, que teve por objetivo pôr pá de cal
nessa triste história brasileira. A sociedade brasileira espera e confia que os
componentes dessa missão dirigida e supervisionada pelo Planalto tenham
independência e inteligência suficientes para mostrar ao país o que realmente
aconteceu durante a ditadura militar, em especial, com a revelação fiel da
brutalidade e truculência dos militares e dos terroristas, sob pena de se poder
aquilatar que a instituição dessa comissão não passou de perda do tempo ocupado
certamente por pessoas de altíssima qualificação profissional e de desperdício
de recursos públicos. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 10 de maio de 2012
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