quarta-feira, 2 de maio de 2012

Tem candidato?

Todos têm perfeita consciência de que a vigente legislação brasileira, alheia aos princípios democráticos e aos avanços científicos e tecnológicos, não possibilita candidatura avulsa para o cidadão honesto, responsável, e interessado em servir à pátria com sua experiência e sobretudo com seu ardente desejo de mudar a forma de atuação das Casas Legislativas, para que seu precípuo funcionamento seja de trabalho em prol da sociedade, de modo a escancarar para a nação que as agremiações partidárias são foco de ajuntamento de pessoas destinadas à consecução de objetivos pessoais, partidários e classistas, descompromissadas com o povo, que as elege e é obrigado a pagar seus vencimentos e várias verbas, ajudas, auxílios, representações e tantas outras mordomias que não condizem em absoluto com o que fazem ou produzem em contraprestação aos dispêndios destinados ao seu custeio. Para o bem na nação e dos brasileiros, algo deve ser viabilizado com urgência, objetivando possibilitar que o cidadão probo, não curvável às exigências partidárias viciadas pelo fisiologismo e por práticas contrárias aos bons costumes democráticos, tenha legítima condição, de forma independente, a se eleger a cargo político, para exercer livremente sua vocação de trabalhar desinteressadamente para a grandeza da nação, se comprometendo, na investidura desse cargo, a ser verdadeiro servidor público, cumprindo fielmente, com inspiração no Estatuto dos Servidores Públicos, carga de trabalho de quarenta horas semanais e usufruindo férias de apenas trinta dias, sem recesso, com única remuneração prevista na Constituição Federal, equiparada aos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal, além da completa eliminação dos demais vergonhosos benefícios, mordomias, inclusive veículo, e vantagens remuneratórias de quaisquer espécies, por serem incompatíveis com a dignidade do servidor público. Nesse mesmo diapasão, também reduzir drasticamente o batalhão de pessoal de gabinete para no máximo cinco servidores e se comprometer a prestar contas à sociedade dos seus atos e das suas realizações, como forma de dar transparência das suas atividades parlamentares e de recuperar o decoro parlamentar junto à sociedade, que é o seu patrão e tem todo direito de saber o resultado da aplicação do seu suado dinheiro. Esse parlamentar sem vinculação com partido político ficaria isento de participar de quaisquer acordos que não fossem com a finalidade de beneficiar a sociedade e teria a patriótica obrigação de denunciar as desonestidades, os conchavos e as manobras próprios dos atuais sistemas vigentes. Enfim, esse autêntico servidor público, apenas investido das funções políticas, teria a obrigação de dar verdadeiro exemplo como deve se comportar um parlamentar, tendo exclusivo compromisso com as causas da sociedade, razão da sua investidura no cargo. Está mais do que provado que o país não suporta mais conviver com esse sistema inescrupuloso de coalizão fisiológica instituída pela pluralidade de partidos políticos, para se beneficiar das verbas partidárias, cujos componentes estão interessados unicamente na salvação dos seus projetos, como a obtenção de cargos públicos, para si ou para seus apaniguados, da efetivação das emendas parlamentares e de outras vantagens pessoais, sem nenhuma preocupação com a resolução das mazelas e dos problemas que assolam o país de Norte a Sul, que estão comprometendo o desenvolvimento socioeconômico da nação. Por sua vez, também não é mais possível suportar a existência de parlamentares comprometidos com grupos de interesses, por terem sido eleitos com a sua ajuda financeira, para a defesa de suas demandas no Congresso, também em detrimento da sociedade, como no caso dos ruralistas, evangélicos, esportivas (do futebol), empresários, banqueiros e tantas outras abomináveis facções eleitas com a exclusiva finalidade de lutar por causas particulares. A sociedade anseia por urgente reforma política, em consonância com os princípios de aperfeiçoamento da democracia, de modo que seja possível a candidatura de cidadãos a cargos públicos, independentemente de sua filiação a partidos políticos, como forma de purificar, em termos da ética e da moral, em especial as Casas Legislativas, que devem funcionar exclusivamente em beneficio dos interesses da sociedade e do país. Nestas condições, desde já, estou pronto para me candidatar a qualquer cargo político, para servir ao país, respaldado na experiência de quarenta e quatro anos de atividade no serviço público. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 02 de maio de 2012

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