Todos
têm perfeita consciência de que a vigente legislação brasileira, alheia aos
princípios democráticos e aos avanços científicos e tecnológicos, não possibilita
candidatura avulsa para o cidadão honesto, responsável, e interessado em servir
à pátria com sua experiência e sobretudo com seu ardente desejo de mudar a
forma de atuação das Casas Legislativas, para que seu precípuo funcionamento
seja de trabalho em prol da sociedade, de modo a escancarar para a nação que as
agremiações partidárias são foco de ajuntamento de pessoas destinadas à
consecução de objetivos pessoais, partidários e classistas, descompromissadas
com o povo, que as elege e é obrigado a pagar seus vencimentos e várias verbas,
ajudas, auxílios, representações e tantas outras mordomias que não condizem em
absoluto com o que fazem ou produzem em contraprestação aos dispêndios destinados
ao seu custeio. Para o bem na nação e dos brasileiros, algo deve ser viabilizado
com urgência, objetivando possibilitar que o cidadão probo, não curvável às
exigências partidárias viciadas pelo fisiologismo e por práticas contrárias aos
bons costumes democráticos, tenha legítima condição, de forma independente, a
se eleger a cargo político, para exercer livremente sua vocação de trabalhar
desinteressadamente para a grandeza da nação, se comprometendo, na investidura desse
cargo, a ser verdadeiro servidor público, cumprindo fielmente, com inspiração no
Estatuto dos Servidores Públicos, carga de trabalho de quarenta horas semanais e
usufruindo férias de apenas trinta dias, sem recesso, com única remuneração
prevista na Constituição Federal, equiparada aos vencimentos dos ministros do
Supremo Tribunal Federal, além da completa eliminação dos demais vergonhosos
benefícios, mordomias, inclusive veículo, e vantagens remuneratórias de quaisquer
espécies, por serem incompatíveis com a dignidade do servidor público. Nesse
mesmo diapasão, também reduzir drasticamente o batalhão de pessoal de gabinete
para no máximo cinco servidores e se comprometer a prestar contas à sociedade
dos seus atos e das suas realizações, como forma de dar transparência das suas
atividades parlamentares e de recuperar o decoro parlamentar junto à sociedade,
que é o seu patrão e tem todo direito de saber o resultado da aplicação do seu
suado dinheiro. Esse parlamentar sem vinculação com partido político ficaria isento
de participar de quaisquer acordos que não fossem com a finalidade de
beneficiar a sociedade e teria a patriótica obrigação de denunciar as
desonestidades, os conchavos e as manobras próprios dos atuais sistemas
vigentes. Enfim, esse autêntico servidor público, apenas investido das funções
políticas, teria a obrigação de dar verdadeiro exemplo como deve se comportar
um parlamentar, tendo exclusivo compromisso com as causas da sociedade, razão da
sua investidura no cargo. Está mais do que provado que o país não suporta mais
conviver com esse sistema inescrupuloso de coalizão fisiológica instituída pela
pluralidade de partidos políticos, para se beneficiar das verbas partidárias,
cujos componentes estão interessados unicamente na salvação dos seus projetos,
como a obtenção de cargos públicos, para si ou para seus apaniguados, da efetivação
das emendas parlamentares e de outras vantagens pessoais, sem nenhuma
preocupação com a resolução das mazelas e dos problemas que assolam o país de
Norte a Sul, que estão comprometendo o desenvolvimento socioeconômico da nação.
Por sua vez, também não é mais possível suportar a existência de parlamentares
comprometidos com grupos de interesses, por terem sido eleitos com a sua ajuda
financeira, para a defesa de suas demandas no Congresso, também em detrimento da
sociedade, como no caso dos ruralistas, evangélicos, esportivas (do futebol),
empresários, banqueiros e tantas outras abomináveis facções eleitas com a exclusiva
finalidade de lutar por causas particulares. A sociedade anseia por urgente reforma
política, em consonância com os princípios de aperfeiçoamento da democracia, de
modo que seja possível a candidatura de cidadãos a cargos públicos,
independentemente de sua filiação a partidos políticos, como forma de
purificar, em termos da ética e da moral, em especial as Casas Legislativas,
que devem funcionar exclusivamente em beneficio dos interesses da sociedade e
do país. Nestas condições, desde já, estou pronto para me candidatar a qualquer
cargo político, para servir ao país, respaldado na experiência de quarenta e
quatro anos de atividade no serviço público. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 02 de maio de 2012
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