sábado, 19 de maio de 2012

Mensalão, nunca mais?

Embora tenha demorado uma eternidade, ante a gravidade dos estragos causados aos cofres públicos e sobretudo à dignidade do ser humano, felizmente, acaba de ser divulgado o minudente e copioso relatório do mensalão do PT, da lavra de competente ministro do Supremo Tribunal Federal, trazendo à lume revelações inéditas e realistas sobre as apurações do maior escândalo da história deste país, com a exposição detalhada da organização criminosa muito bem arquitetada, estruturada com o respaldo de profissionais de altíssima especialização, destinada ao desvio de dinheiros públicos, por mecanismos escusos qualificados de crimes de peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva, gestão fraudulenta, evasão de divisas e tantos outros delitos passíveis de condenação. Na verdade, tudo se resume na formação de quadrilha bem estruturada, com a finalidade da compra de apoio político de parlamentares no Congresso Nacional. As atitudes criminosas e orquestradas dos envolvidos, exatamente 40 participantes, são tão extensas que, com bastante esforço e muito boa vontade, pode-se, agora, compreender o motivo pelo qual tanto tempo tenha transcorrido sem que os fraudadores ainda não estejam pagando na cadeia pelos seus graves delitos. É evidente que agora não resta mais dúvida alguma de que o ardiloso esquema do mensalão foi uma verdade incontestável, que realmente tinha por objetivo primordial a garantia da continuidade do miraculoso projeto de poder do partido do governo de então, por meio da compra da honra e da moralidade de membros de partidos políticos, com dinheiros sujos provenientes de fundos e de verbas públicos e de superfaturamento de contratos com o governo. De forma inquestionável, o relatório em comento põe por terra os reiterados argumentos do ex-presidente da República de que esse tal de mensalão nunca existiu e que ele teria sido objeto de invencionice da maldosa oposição e da bisbilhoteira imprensa, na tentativa de desmoralizar o tão “honesto” PT. O certo é que, neste momento, os brasileiros, inclusive o então presidente, não têm mais nem resquício de dúvida quanto à existência de terrível quadrilha organizada ao estilo mafioso, atuando com modus operandi de crime organizado, de desonesto, de mentiras, próprios dos corruptos inescrupulosos, por meio da qual foram utilizados dinheiros públicos para a compra indecorosa de apoio político. A sociedade, diante das evidências da perpetuação de injustificáveis crimes graves contra o patrimônio do Estado, tem fundadas esperanças de que a Excelsa Corte de Justiça do país exerça, com autonomia e imparcialidade, a sua competência constitucional, aplicando, com a merecida juridicidade, as penalidades cabíveis aos culpados, se possível com reclusão e ressarcimento ao erário, de modo que esse julgamento sirva de marco como lição, em especial para os políticos e para se evitar que fatos desonestos e desonrosos como o mensalão nunca mais ocorra. Acorda, Brasil!       
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 18 de maio de 2012

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