quarta-feira, 23 de maio de 2012

Censurável jeitinho brasileiro

O senador paraibano corregedor do Senado Federal e presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito mista contratou para o seu gabinete uma assistente parlamentar, com salário de R$ 3.450,00, sem a necessidade de comprovar presença ao trabalho. Esse procedimento é popularmente denominado "assessoramento fantasma" ou “funcionário fantasma”.  Ao jornal Folha de S. Paulo, o pai da servidora, que é jornalista do Correio da Paraíba, declarou que usava o nome da filha para receber pagamento seu e de dois colegas pela publicação na imprensa de reportagens favoráveis ao político. Ele disse que "Quem faz o trabalho sou eu e meus outros dois colegas. O senador convidou a gente para fazer o trabalho e sugeriu colocar uma pessoa e a gente divide o valor. Poderia ser no meu nome, ou no de um dos outros dois. Só que eu não podia, porque o Senado exigia não ter outro vínculo de trabalho. Minha filha é estudante e sugeri que fosse no nome dela". Embora esse depoimento seja mais claro do que a luz solar, evidenciando a patente irregularidade na contratação de funcionário, com recursos públicos, o mentiroso parlamentar negou as informações e disse que o resultado de investigação constatou que a assistente parlamentar realmente comparecia ao trabalho. Segundo a reportagem do jornal, o senador aproveitador também emprega no seu gabinete familiares de políticos e de aliados amigos. O mais grave de tudo isso é que esse parlamentar tem a fama de pessoa honrada, de conduta ilibada e reconhecida competência política, sendo, na atualidade, considerado um dos pilares de honestidade do gigante partido PMDB, o mais famoso fisiologista da história deste país. Com todos esses atributos, o senador é sempre indicado para ocupar cargos importantes no Senado Federal, sendo, no momento, corregedor do órgão e presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito mista, justamente por não constar que ele tivesse envolvido com atos vergonhosos e indecentes como a contratação em causa, onde fica muito claro o jeitinho brasileiro com a finalidade de se levar vantagem, à custa do dinheiro dos bestas dos contribuintes, que reagem nessas situações de absurdo aproveitamento da ingenuidade dos brasileiros. Não deixa de ser lamentável que a reputação de uma autoridade pública seja desmascarada por leviandade absolutamente evitável e ela sequer se ruboriza por sua atitude improba, ao achar tudo normal; porém a marca desse ato é indelével e imperdoável, devendo a população do seu Estado levar esse fato em conta, nas próximas eleições. O povo paraibano tem o dever de exigir moralidade e probidade do seu representante no Congresso Nacional, não permitindo que a sua consciência cívica seja ultrajada por ele, com a prática de atos indignos e indecorosos como a contratação de funcionária fantasma, com recursos públicos, com a finalidade de satisfazer interesses pessoais. Acorda, Paraíba!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 22 de maio de 2012

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