quarta-feira, 30 de maio de 2012

O injustiçado?

O ex-presidente da República, agora se fazendo de vítima e alimentando a batalha do disse-me-disse, lançou algumas das suas famosas “pérolas” tupiniquins, ao afirmar que "tem que tomar cuidado", em relação "a uma minoria que não gosta de mim" e concluiu: "Vou falar de pé, porque senão podem dizer que eu estou doente. Pra evitar esses pequenos dissabores [...] Você sabe que tem muita gente que gosta de mim, mas tem algumas que não gostam. Eu tenho que tomar cuidado contra essas. São minoria, mas estão aí, né, no pedaço". Essas colocações do petista não poderiam ser mais coerentes com a sua personalidade, que sempre foi verdadeiro estrategista e maior especialista na arte de virar jogo a seu favor, desde o surgimento do escândalo do famigerado mensalão, quando jurou de mãos juntas para os bestas dos brasileiros que nada sabia e nunca teve conhecimento dos fatos, negando, de forma peremptória, a sua existência. Desta feita, sem ter coragem de aparecer em público para encarar a sociedade, logo após causar estrondoso tumulto nos bastidores do exame desse processo de corrupção, ele se coloca novamente como vítima e coitadinho, contrariando, à luz dos fatos ocorridos, a real versão da chantagem moral e intimista ao ministro, com a finalidade de adiar o importante julgamento que a sociedade brasileira anseia há bastante tempo, na esperança de que a Justiça seja finalmente operada, para mostrar ao Brasil o estrago que esse ex-presidente falastrão e seus asseclas são capazes de fazer com o desprotegido patrimônio nacional, em proveito corporativo da “cumpunheirada”, tendo por exclusivo objetivo a sanha da perenidade no poder, em claro desprezo ao interesse público. Não obstante, o petista não foi totalmente injusto ao dizer existem algumas pessoas que não gostam dele, porque, seguramente, ele sabe que no país também existem pessoas de caráter, honestas, dignas, inteligentes, íntegras, capazes e acima de tudo que não compactuam com desonestidade, falta de caráter e muito menos com aqueles que defendem práticas indecentes do tipo mensalão, sanguessunga e outros procedimentos lesivos aos cofres públicos, destinados a poucos aproveitadores profissionais. O povo brasileiro não suporta mais conviver com políticos odiosos, chantagistas, prepotentes, vingativos e despreparados para o exercício de cargos públicos, que ainda pensam que são os mais amados e dignos de respeito. A sociedade brasileira tem que se conscientizar, com urgência, sobre a premente necessidade de exigir que o cidadão público tenha a obrigação de primar pela observância aos princípios basilares da decência, honestidade, ética e moralidade, como condições imprescindíveis para representar com dignidade o povo brasileiro. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 30 de maio de 2012

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