Diante de crônica discorrendo sobre histórias fantásticas sobre a existência de botijas, dizendo que elas poderiam contribuir para o enriquecimento dos felizardos e também de quem se obriga a assumir alguma forma de castigo ou promessa, como compensação pelo prêmio, eu escrevi a mensagem a seguir.
Contam que, no início do século passado, alguém foi sorteado com a
"mega-sena", ao ser iluminado ou castigado com a indicação de botija
que ficava no alpendre do casarão do Canadá.
A fortuna foi escondida na direção da queda da água da chuva vinda de
uma biqueira.
Dizem que, ao amanhecer, estava o buraco estampado, que mais foi revelado
sobre o que teria ocorrido, se realmente alguém fez essa caridade de ter
conseguido tirar alma penada do sofrimento.
Uma conclusão é certa, no sentido de que nunca se soube quem foi o
felizardo ou o infeliz que teria sido o protagonista dessa façanha, porquanto
ninguém se acusou e apresentou riqueza aparente.
Também não se tem notícia se a alma do enterrador da botija obteve a
permissão para ultrapassar os limites rumo à sua morada celestial final.
O certo é que, nos tempos passados, a riqueza pertencia a poucas
pessoas, em especial, os fazendeiros, que, não tendo bancos, notadamente no
interior, preferiam guardar as suas economias nas profundezas da terra, na
certeza da plena segurança.
Confesso que, sabedor da existência de botijas, quando eu ainda morava
em Uiraúna, nunca perdi a esperança de ser milionário com a indicação de uma
delas, mas as minhas orações não mereceram acolhida pelos deuses da sorte.
Brasília, em 21 de fevereiro de 2025
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