Circula, nas redes sociais, alerta aos deputados federais no sentido de
quem não apoiar o voto impresso também não terão o voto dos eleitores, o que
seria, presumidamente, ao que se imagina, ameaça para aqueles que não se
interessarem com a moralização das urnas eletrônicas e, de consequência, dos
resultados da eleição.
Se os congressistas estivessem interessados no aperfeiçoamento da
operação do sistema eleitoral brasileiro, nem precisaria de mobilização da
sociedade para ativar a consciência deles, em especial porque os parlamentares
são eleitos para defenderem os interesses da população, que vem há muito tempo
exigindo o aperfeiçoamento do sistema eleitoral brasileiro.
Agora, parece bastante incoerente e infantil o alerta de que o deputado
que não votar a favor do voto impresso, não vai ter o voto dos brasileiros, com
o complemento de que pode ainda ser declarada guerra a quem votar em contrário,
em forma de luta declarada.
Isso não passa de pura ingenuidade, se declarar guerra a quem votar
contra medida considerada importante, quando é sabido que a expressiva maioria
dos congressistas se elege com os votos das coligações partidárias, o que
significa se afirmar que eles nem precisam de votos para se eleger, porque a
vitória deles conta com o puxador de votos, que tem o poder mágico de eleger
com ele outros candidatos, independentemente dos votos na pessoa desses outros
candidatos.
Conclui-se que seja necessário alerta com a necessária objetividade, de
modo a ficar muito clara a importância da aprovação da pretendida, com vistas a
estimular o interesse também dos congressistas que nem se elegem por meio de
voto direto na pessoa dele.
Ou seja, na forma do alerta constante da mensagem compartilhada, quem a
criou e disseminou pensam que o recado teria sido dado, mas não foi, justamente
diante da peculiaridade eleitoral existente, cujo texto sequer vai ser lido
pela maioria esmagadora deles.
É importante que os parlamentares sejam conscientizados sobre a
importância da transparência dos votos, como forma de se privilegiar os
princípios democráticos e valorização do significado do voto em si, tendo em
conta a necessidade de também se defender a seriedade quanto ao resultado da
proclamação dos eleitos, se é que eles não têm o mínimo compromisso com a
dignidade do processo eleitoral, que melhor para eles é contar com a sistemática
predominante.
Enfim, o recado que precisa ser transmitido é no sentido de a imperiosa mudança do “status quo”, com vistas ao aperfeiçoamento da operacionalização do sistema eleitoral brasileiro, com vistas a se imprimir credibilidade e segurança nos resultados das votações, sem essa de guerra de questionamentos e desconfianças.
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