Tem sido motivo de muita alegria no meu coração a conclusão de mais uma
obra literária, como neste caso, quando acabo de escrever o meu septuagésimo nono
(79º) livro, cujo acontecimento é motivo de importante estímulo para o
acréscimo de saudáveis energias que alimentam minhas fontes criadoras e
inspiradoras, considerando que necessito delas para a continuidade das
profícuas atividades de escrever textos sobre os múltiplos fatos da vida.
Desta vez decidi prestigiar e homenagear a amada igreja matriz Jesus,
Maria e José, que são os sagrados padroeiros de Uiraúna, Paraíba, a minha terra
natal, contando a história da minha vivência com esse monumento histórico da
cidade.
Entendo
que isso é forma de me situar no passado precioso da minha história de vida,
com o resgate de fatos relacionados com esse templo sagrado, cujas lembranças povoam
ainda muito presente em mim.
Agradeço a Deus, por ter conseguido guardar
na memória esses lampejos da história de época bem distante, mas eles têm
importância no presente, porque se trata da riqueza cultural que guardo comigo.
Em coerência com a dedicatória do livro, a capa tem
a marca símbolo de Uiraúna, que é a casa da Sagrada Família de Nazaré, onde
moram, simbólica e permanentemente, Jesus, Maria e José, que cuidam de proteger
o povo e a cidade de Uiraúna.
Transcrevo, a seguir, com carinho, um pouco das
minhas lembranças sobre a história da saudosa igreja matriz de Uiraúna.
“DEDICATÓRIA
Dedico este livro, com
o maior sentimento de carinho, à amada igreja da minha terra natal, Uiraúna,
Paraíba, que tem por padroeira a Sagrada Família de Nazaré, nas pessoas santas
de Jesus, Maria e José, com o aproveitamento das lembranças de fatos da minha
tenra idade, até os meus 17 anos vividos nessa cidade.
A igreja foi fundada no
século XIX, pelo padre José de França Coutinho, pároco de Belém, que teria
construído, em 1874, oratório para guardar a Sagrada Família de Nazaré, mas a
paróquia somente foi instituída em 3 de maio de 1923, pela diocese de Cajazeiras.
Na minha época, Uiraúna
já era detentora do galardão de “Terra dos Sacerdotes”, por justo merecimento,
em razão de muitos filhos do município terem se ordenado padres, por força da
sua vocação para a importante missão de evangelização dos ensinamentos de Jesus
Cristo.
Pois bem, a minha
ligação com a igreja começou com o meu batizado, ainda quando eu era “anjinho”
mesmo, e continuou a partir de quando eu já fui encaminhado para as atividades
religiosas para frequentar as missas e participar de todos os eventos patrocinados
por ela, passando pela primeira comunhão, dando continuidade à formação
religiosa de crença à grandeza divina.
Não há a menor dúvida
de que a minha crença religiosa foi gerada e consolidada a partir da forte
ligação com a igreja de Uiraúna, porque eu sempre participei efetivamente de
todas as atividades que ali eram realizadas para a congregação da comunidade
religiosa.
A lembrança à igreja
matriz Jesus, Maria e José é verdadeira viagem ao património religioso da minha
infância, que, por tradição familiar, as pessoas eram praticamente obrigadas ao
convívio com as programações estabelecidas pelo pároco de então, cuja presença
nos eventos se fazia sentida por toda comunidade.
Entre as principais
atividades, ganham destaques as festas de janeiro, em homenagem aos padroeiros
Jesus, Maria e José, com os seus eventos religiosos especiais e alegres, como
as novenas, a procissão, as missas solenes, a animação da banda de música Jesus,
Maria e José, as quermesses, os leilões, os fogos de artifício e o entusiasmo
do pessoal vindo dos sítios e da redondeza, em verdadeira congregação de
religiosos.
O pároco da minha época
era o lendário padre Antônio Anacleto, pessoa carismática, que tinha a áurea
santificada por sua sabedoria cristã, sendo o evangelizador que conduzia o seu
rebanho com o máximo de carinho, merecendo a admiração e o respeito de todos.
Lembro-me de padre
Anacleto como o verdadeiro pastor cheio de bondade no coração, que acolhia a
todos com paciência e amor sacerdotal, cujo carinho permitia que ele tivesse o
hábito de abençoar individualmente as pessoas, com o seu cumprimento atencioso.
Ele sempre estava
vestido da tradicional batina, que carregava em um dos bolsos moedinhas, que
eram distribuídas à meninada que pedisse a bênção a ele.
Como de costume, quando
eu enxergava o vigário, lá estava eu para pegar a moedinha, depois da
tradicional bênção sacerdotal.
O padre Anacleto era
muito engraçado nos seus sermões, que eram sempre esperados nas missas, porque
ele sempre trazia um assunto para puxar a “orelha” de algum fiel, dizendo
discretamente que teria ficado sabendo de acontecimento tal, sem mencionar o
nome de ninguém, mas o assunto em si já corria à solta na cidade e tudo era
motivo de risos.
Acredita-se que o padre
Anacleto foi o único vigário que dava leite, no bom sentido, em razão de ele
ter ficado famoso por distribuir o leite em pó que vinha dos Estados Unidos da
América, na década de sessenta, por iniciativa do importante programa conhecido
por Aliança para o Progresso, que foi concentrado na casa paroquial, cuja
atividade foi popularmente denominada de o “Leite do Padre”, que, na verdade, a
igreja apenas se incumbiu da sua distribuição.
Sem a menor dúvida,
Uiraúna já teve a importante oportunidade de conviver com verdadeiro santo, o
nosso saudoso e amado padre Anacleto, que fez o milagre de manter, com muita
sabedoria, a comunidade cristã unida em torno do Evangelho de Jesus Cristo, cuja
missão foi desempenhada com o melhor do esmero cristão, em benefício da
comunidade que sempre esteve feliz sob a orientação religiosa desse homem de
alma santa.
Como dever de justiça,
ressalta-se a grandiosa pessoa do inesquecível sacristão Epitácio Correia, que
foi fiel e eterna figura do zelador paroquial, cuidando com os mínimos zelos de
tudo que era preciso para se manterem na devida ordem as atividades da igreja
matriz, que esteve sempre muito limpa e em funcionamento impecável, graças à
sua sagrada devoção aos princípios religiosos e ao amor a esse templo sagrado.
O que se dizer do coro
da igreja, com a magistral entoação de hinos lindamente apropriados às
solenidades pertinentes, sob a sonorização de vozes maviosas, que a todos
encantavam.
Certamente que, na
igreja matriz, hauri importantes lições e ensinamento de fé, devoção, costumes
saudáveis e princípios sobre a prática do amor, tesouros esses que me foram
franqueados por importantes religiosos da época.
Agradeço a Deus por ter
tido grandes oportunidades para aprender muitas lições de amor ao próximo,
tendo por base inspiração ricas práticas religiosas, considerando que a minha
formação cristã se deu exatamente no âmbito da saudosa e amada igreja da Sagrada
Família de Nazaré, berço do meu fortalecimento religioso.
Finalmente, afirmo que
meu coração bate muito forte, por força da alegria que sinto em ter
oportunidade para dedicar este livro à amada igreja matriz Jesus, Maria e José,
da minha querida terra natal, Uiraúna, com a expressão da sublime reafirmação
do amor que nutro por ela, em homenagem que tem a força da gratidão e do
agradecimento pelas lições religiosas e humanas hauridas naquele recinto
sagrado.
Muito obrigado.”.
Brasília, em 21 de fevereiro
de 2025
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