sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Publicação do meu 79º livro


Tem sido motivo de muita alegria no meu coração a conclusão de mais uma obra literária, como neste caso, quando acabo de escrever o meu septuagésimo nono (79º) livro, cujo acontecimento é motivo de importante estímulo para o acréscimo de saudáveis energias que alimentam minhas fontes criadoras e inspiradoras, considerando que necessito delas para a continuidade das profícuas atividades de escrever textos sobre os múltiplos fatos da vida.

Desta vez decidi prestigiar e homenagear a amada igreja matriz Jesus, Maria e José, que são os sagrados padroeiros de Uiraúna, Paraíba, a minha terra natal, contando a história da minha vivência com esse monumento histórico da cidade.

Entendo que isso é forma de me situar no passado precioso da minha história de vida, com o resgate de fatos relacionados com esse templo sagrado, cujas lembranças povoam ainda muito presente em mim.

Agradeço a Deus, por ter conseguido guardar na memória esses lampejos da história de época bem distante, mas eles têm importância no presente, porque se trata da riqueza cultural que guardo comigo.

Em coerência com a dedicatória do livro, a capa tem a marca símbolo de Uiraúna, que é a casa da Sagrada Família de Nazaré, onde moram, simbólica e permanentemente, Jesus, Maria e José, que cuidam de proteger o povo e a cidade de Uiraúna.

Transcrevo, a seguir, com carinho, um pouco das minhas lembranças sobre a história da saudosa igreja matriz de Uiraúna.

                                 “DEDICATÓRIA

Dedico este livro, com o maior sentimento de carinho, à amada igreja da minha terra natal, Uiraúna, Paraíba, que tem por padroeira a Sagrada Família de Nazaré, nas pessoas santas de Jesus, Maria e José, com o aproveitamento das lembranças de fatos da minha tenra idade, até os meus 17 anos vividos nessa cidade.

A igreja foi fundada no século XIX, pelo padre José de França Coutinho, pároco de Belém, que teria construído, em 1874, oratório para guardar a Sagrada Família de Nazaré, mas a paróquia somente foi instituída em 3 de maio de 1923, pela diocese de Cajazeiras.

Na minha época, Uiraúna já era detentora do galardão de “Terra dos Sacerdotes”, por justo merecimento, em razão de muitos filhos do município terem se ordenado padres, por força da sua vocação para a importante missão de evangelização dos ensinamentos de Jesus Cristo.

Pois bem, a minha ligação com a igreja começou com o meu batizado, ainda quando eu era “anjinho” mesmo, e continuou a partir de quando eu já fui encaminhado para as atividades religiosas para frequentar as missas e participar de todos os eventos patrocinados por ela, passando pela primeira comunhão, dando continuidade à formação religiosa de crença à grandeza divina.

Não há a menor dúvida de que a minha crença religiosa foi gerada e consolidada a partir da forte ligação com a igreja de Uiraúna, porque eu sempre participei efetivamente de todas as atividades que ali eram realizadas para a congregação da comunidade religiosa.

A lembrança à igreja matriz Jesus, Maria e José é verdadeira viagem ao património religioso da minha infância, que, por tradição familiar, as pessoas eram praticamente obrigadas ao convívio com as programações estabelecidas pelo pároco de então, cuja presença nos eventos se fazia sentida por toda comunidade.

Entre as principais atividades, ganham destaques as festas de janeiro, em homenagem aos padroeiros Jesus, Maria e José, com os seus eventos religiosos especiais e alegres, como as novenas, a procissão, as missas solenes, a animação da banda de música Jesus, Maria e José, as quermesses, os leilões, os fogos de artifício e o entusiasmo do pessoal vindo dos sítios e da redondeza, em verdadeira congregação de religiosos.

O pároco da minha época era o lendário padre Antônio Anacleto, pessoa carismática, que tinha a áurea santificada por sua sabedoria cristã, sendo o evangelizador que conduzia o seu rebanho com o máximo de carinho, merecendo a admiração e o respeito de todos.

Lembro-me de padre Anacleto como o verdadeiro pastor cheio de bondade no coração, que acolhia a todos com paciência e amor sacerdotal, cujo carinho permitia que ele tivesse o hábito de abençoar individualmente as pessoas, com o seu cumprimento atencioso.

Ele sempre estava vestido da tradicional batina, que carregava em um dos bolsos moedinhas, que eram distribuídas à meninada que pedisse a bênção a ele.

Como de costume, quando eu enxergava o vigário, lá estava eu para pegar a moedinha, depois da tradicional bênção sacerdotal.

O padre Anacleto era muito engraçado nos seus sermões, que eram sempre esperados nas missas, porque ele sempre trazia um assunto para puxar a “orelha” de algum fiel, dizendo discretamente que teria ficado sabendo de acontecimento tal, sem mencionar o nome de ninguém, mas o assunto em si já corria à solta na cidade e tudo era motivo de risos.

Acredita-se que o padre Anacleto foi o único vigário que dava leite, no bom sentido, em razão de ele ter ficado famoso por distribuir o leite em pó que vinha dos Estados Unidos da América, na década de sessenta, por iniciativa do importante programa conhecido por Aliança para o Progresso, que foi concentrado na casa paroquial, cuja atividade foi popularmente denominada de o “Leite do Padre”, que, na verdade, a igreja apenas se incumbiu da sua distribuição.

Sem a menor dúvida, Uiraúna já teve a importante oportunidade de conviver com verdadeiro santo, o nosso saudoso e amado padre Anacleto, que fez o milagre de manter, com muita sabedoria, a comunidade cristã unida em torno do Evangelho de Jesus Cristo, cuja missão foi desempenhada com o melhor do esmero cristão, em benefício da comunidade que sempre esteve feliz sob a orientação religiosa desse homem de alma santa.

Como dever de justiça, ressalta-se a grandiosa pessoa do inesquecível sacristão Epitácio Correia, que foi fiel e eterna figura do zelador paroquial, cuidando com os mínimos zelos de tudo que era preciso para se manterem na devida ordem as atividades da igreja matriz, que esteve sempre muito limpa e em funcionamento impecável, graças à sua sagrada devoção aos princípios religiosos e ao amor a esse templo sagrado.

O que se dizer do coro da igreja, com a magistral entoação de hinos lindamente apropriados às solenidades pertinentes, sob a sonorização de vozes maviosas, que a todos encantavam.         

Certamente que, na igreja matriz, hauri importantes lições e ensinamento de fé, devoção, costumes saudáveis e princípios sobre a prática do amor, tesouros esses que me foram franqueados por importantes religiosos da época.

Agradeço a Deus por ter tido grandes oportunidades para aprender muitas lições de amor ao próximo, tendo por base inspiração ricas práticas religiosas, considerando que a minha formação cristã se deu exatamente no âmbito da saudosa e amada igreja da Sagrada Família de Nazaré, berço do meu fortalecimento religioso.

Finalmente, afirmo que meu coração bate muito forte, por força da alegria que sinto em ter oportunidade para dedicar este livro à amada igreja matriz Jesus, Maria e José, da minha querida terra natal, Uiraúna, com a expressão da sublime reafirmação do amor que nutro por ela, em homenagem que tem a força da gratidão e do agradecimento pelas lições religiosas e humanas hauridas naquele recinto sagrado.

Muito obrigado.”.

Brasília, em 21 de fevereiro de 2025


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