Na atualidade, há crescentes reclamações sobre inúmeros casos de graves sequelas
por conta de efeitos colaterais deixados pelas vacinas contra a Covid-19,
principalmente com danos de natureza cardiovasculares, em que as pessoas morrem
de repente.
Diante disso, é preciso ressaltar que é dever do funcionário cuidadoso
da Anvisa desconfiar de qualquer medicamento e exigir que o laboratório
responsável por sua produção apresente completa comprovação sobre as suas
eficácia e segurança, mesmo que isso possa retardar o seu uso.
É possível que haja interpretação em forma de protestos quanto a possível
indevida protelação para o uso do medicamento, mas essa medida cautelatória pode
sim contribuir para salvar muitas e importantes vidas.
É próprio da indústria farmacêutica, por força da índole capitalista, elaborar
seus produtos para a venda no mercado, sempre marcado com a ganância do lucro,
mas essa correria tem sido prejudicial aos interesses dos consumidores, diante de
possíveis efeitos colaterais graves que poderiam ter sido evitados, caso
houvesse mais estudos sobre o produto, finalizando com a certeza da maior
segurança possível, em especial no que diz respeito à sua eficácia e aos dados
causados pelos efeitos colaterais.
A partir dos anos da década de 50, do último século, houve o começo do desenvolvimento
dos testes nos medicamentos criados, quando os remédios passaram a ser testados,
quanto à sua eficácia e aos seus efeitos colaterais, tanto em estudos
científicos em laboratório, mas também e, principalmente, em animais, cuja
experiência foi estendida mais tarde isso se evoluiu para os seres humanos.
Essa nova fase compreendia a importante prática ética e científica da exigência não somente da eficácia do
medicamento, mas ainda quanto à sua segurança, em que pesem tais medidas
contribuir para o encarecimento do produto.
O certo é que, agora, não se admite mais o uso de medicamento que não
tenha sido devidamente testado também em humanos, evidentemente como garantia
da sua eficácia pelo usuário final.
O marco dessa mudança ocorreu após a tragédia da Talidomida, fabricada e
comercializada na década de 1950, por laboratório alemão, que tinha por
finalidade atenuar as náuseas das mulheres grávidas, mas essa droga tinha na
sua composição o poder teratogênica, que provocava malformações nos fetos.
Esse desastre humanitário é universalmente conhecido, em razão da sua
enorme repercussão, notadamente porque o medicamento tinha o poder de causar a terrível
anomalia característica da chamada focomelia, termo que designa os membros da
foca.
Trata-se de atrofia dos membros, normalmente com incidência direta nas
mãos e nos pés, ou seja, o uso da Talidomida fazia com que a criança nascesse,
quase que invariavelmente, sem braços e sem pernas ou com esses membros
atrofiados.
Existe estimativa aproximada de que, pelo menos, dez mil crianças
nasceram com tais malformações devido à Talidomida tomada pelas mães, sem
contar números desconhecidos de bebês que morreram ainda no útero materno.
Essa droga chegou a ser usada normalmente em muitos países, inclusive no
Brasil, tendo causado inúmeras vítimas.
As estatísticas mostraram que 42 países foram afetados por essa tragédia
humanitária.
O fato curioso e da maior importância foi registrado nos Estados Unidos
da América, em que, surpreendentemente, as mães daquele país nunca tomaram a
Talidomida.
Pois bem, a verdade é que as americanas foram milagrosamente poupadas
dessa tragédia, porque a Talidomida não foi autorizada naquele país, à vista do
cuidado adotado por uma farmacologista, que, examinar o dossiê para aprovação do
remédio, simplesmente achou “enxuto demais e não ficou convencida com os
dados de segurança apesentados pelo laboratório.”.
Diante disso, o órgão de controle de medicamentos pediu mais informações
acerca da Talidomida, cuja resposta à medida cautelar atrasou bastante.
Acontece que, nesse ínterim, houve o estouro do escândalo mundial
envolvendo o malogrado remédio, que foi imediatamente proscrito e rejeitado em todos os países,
menos nos Estados Unidos, porque ele sequer havia sido autorizado.
Ou seja, a Talidomida foi providencialmente abortada naquele país,
diante da confirmação da focomelia, tendo sido imediatamente retirado do
mercado mundial, certamente em garantia da vida humana.
O fato é que o cuidado dessa diligente funcionária salvou muitas vidas da
deformação corporal e até mesmo da morte, nos Estado Unidos, a quem foi
atribuído o merecido título de verdadeira heroína do seu país, tendo sido
considerada “a mulher que salvou bebês americanos”, com direito a condecoração de
medalha concedida pelo presidente norte-americano.
É evidente que a aceitação dos remédios envolve a possibilidade dos maus
causados por seu uso, mas muitas vidas podem ser salvas da morte ou de graves
sequelas, se houvesse rigoroso cuidado quanto à certeza sobre até quantos serão
os riscos sobre a segurança da sua eficácia, no sentido mais amplo acerca de
seus efeitos, em termos do mal que aflige o paciente e com a chance que ele tem
de melhorar com aquele remédio, sem ser prejudicado.
Alguns efeitos podem ser previstos e, embora indesejados, tolerados, mas
há medicamentos que podem produzir efeitos secundários de tal monta que seu uso
acaba se tornando inviável.
Esse fato poderia ter acontecido com as vacinas da Covid-19, que não se
tem certeza quanto aos seus reais benefícios, porém muitos têm sido os efeitos
maléficos deixados por elas, conforme mostra a incidência de muitos casos do cotidiano,
nesse sentido.
Conviria que a dose medicamentosa
fosse a mais certa possível do remédio
para se prescrever para a alguém, de modo a resolver seu problema de saúde, sem
que ele produza demasiados efeitos negativos, porque é assim que deveria ser.
Enfim, o grande desafio é se encontrar alguém, na atualidade, que tenha
o devido cuidado de verificar, para o fim de somente autorizar o uso de
medicamentos pela população depois de comprovada a sua verdadeira eficácia, em
conjunto com a segurança de que os efeitos colaterais são incapazes de causar terríveis
sequelas, algo que pode ter deixado de ser observado nessa triste história das
vacinas da Covid-19, infelizmente.
Brasília, em 28 de fevereiro de 2025
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