|     A Câmara dos Deputados concluiu, nesta   quarta-feira, a votação do projeto que regulamenta a Emenda nº 29, que trata   da definição das ações governamentais sobre a contabilização dos gastos com saúde.   Na ocasião, os deputados federais da oposição comemoraram a decisão desse   órgão de rejeitar a criação de tributo para financiar a saúde. Na verdade,   hoje foi aprovada a regulamentação da emenda, estabelecendo as condições   possíveis dos gastos com a saúde, acabando com maquiagens usadas   principalmente por Estados para ser atingido o percentual mínimo exigido das despesas.   Em suma, a Contribuição Social para a Saúde – CSS foi criada, porém sem a sua   base de cálculo, que foi objeto de destaque finalmente aprovado, o que impede   a cobrança desse tributo. Alguns parlamentares acreditam que essa decisão   mostra que não há necessidade de nova fonte de recursos para a saúde, porque não   existe carência de mais dinheiro. Não somente a oposição, mas o povo   brasileiro tem motivo suficiente para  comemorar essa sensata e vitoriosa   conclusão, por poupar a sociedade de mais sacrifício do seu bolso, já   penalizado com a cobrança de muitos tributos, cujos recursos arrecadados são   efetivamente desperdiçados e mal gastos, por faltar ao governo competência e   sobretudo interesse para priorizar as despesas públicas, talvez em razão da   abundância das fontes de financiamento já existentes. Considerando que o   Orçamento Anual é um programa de governo, a sua elaboração jamais poderia ser   feita da forma mais empírica possível como é, em que o rigor técnico passa a   distância quilométrica, principalmente por permitir a aceitação das absurdas   emendas dos parlamentares, destinando bilhões de reais para ONGs fantasmas, atividades   e projetos fajutos e outros suspeitos eventos, mediante os quais são comuns   práticas de desvios criminosos de recursos públicos e de delitos como   corrupção, improbidade administrativa, falsidade ideológica etc. A sociedade,   ao ensejo da comemoração da derrota da tentativa pelo governo da ressurreição   da famigerada e abominável CPMF, deve exigir que o Orçamento da União represente   tão somente o planejamento governamental, no qual constem exclusivamente as   despesas necessárias à implementação das obrigações de Estado, inclusive o   financiamento à saúde, eliminando de vez essas tais aberrantes emendas de   parlamentares, que não se coadunam com as prioridades públicas nem com os   programas próprios do Poder Executivo, constitucionalmente responsável pela   aplicação dos recursos públicos de interesse da sociedade.          |        |    |
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ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 21 de setembro de 2011
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