domingo, 25 de setembro de 2011

Solidariedade

Um morador da cidade de Taió, Estado de Santa Catarina, relata com minúcia, em mensagem veiculada na internet, o drama que presenciou por ocasião da última enchente ocorrida na região sulista, que teve consequências graves para grande parcela da população, principalmente com a destruição do patrimônio das vítimas, com a repentina derrubada de casas e o carregamento de seus pertencem pela enxurrada das águas, diante da impossibilidade material de impedir tamanha tragédia, cujo sufoco que teria sido amenizado apenas com a ajuda da solidariedade das pessoas abnegadas da localidade atingida pelas fortes enchentes. O seu descontentamento e a sua indignação são contra a exaustiva reportagem veiculada por um canal de televisão sobre o aniversário de dez anos da trágica derrubada das torres do World Trade Center e as solenidades promovidas pelos americanos, que teria durado quase todo o programa, extrapolando a boa vontade e o bom senso dos telespectadores, por uma causa de menor importância se comparada à crítica situação das chuvas, que teve apenas segundos de notícia, sem o destaque que realmente exigia diante da gravidade dos fatos, que estavam ocorrendo na atualidade e tinham enorme repercussão para a sociedade, merecendo por isso ampla e devida atenção jornalística dos meios de comunicação, em especial por parte da mais importante rede de televisão do país. Na verdade, os brasileiros, por sua natureza e por sua índole, são um povo cheio de companheirismo nessas horas de maior flagelo e tem procurado corresponder aos apelos feitos nos momentos de aflição, contribuindo imediatamente com solidariedade e apoio incondicionais, mas o fato em apreço toca profundamente a sensibilidade da população brasileira de modo geral, que da mesma forma estranha certas atitudes quando elas não se coadunam com os princípios humanitários. A indignação desse brasileiro serve de verdadeiro alerta para que, em casos futuros semelhantes - embora na esperança de que eles não mais de repitam -, a sociedade, os meios de comunicação e demais instituições organizadas saibam priorizar os fatos, sejam diligentes sem condição e prestem indispensável assistência às vítimas, na medida das suas necessidades.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 24 de setembro de 2011

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