segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Sucateamento do turismo

A precariedade do complexo turístico brasileiro pode ser sentida com o descaso dos responsáveis pelas políticas voltadas para esse tão importante segmento social. Se depender dos cuidados e da promoção objetivando o seu desenvolvimento por parte do Estado, a situação se complica de vez, à vista da prova cabal resultante do acidente com o sucateadíssimo sistema dos bondinhos de Santa Teresa, do Rio de Janeiro, justamente devido à falta de manutenção adequada da sua estrutura, vindo a provocar a irreparável perda de seis vidas importantes e a lesão corporal de mais 56 pessoas, decorrentes do desleixo quanto aos cuidados indispensáveis ao seu regular funcionamento, além de pôr em xeque a seriedade que se exige do turismo nacional. Na forma da lei, é cabível de responsabilização, em decorrência da indiscutível omissão administrativa, dos causadores dessa tragédia. Há que se notar que o retrato fiel desse descaso é refletido de dentro do próprio Ministério do Turismo, que foi dominado por escândalos da corrupção, com a malversação de dinheiros públicos em conluio com ONGs fajutas e de fachadas, sem qualificação para realizar os objetivos preconizados nos ajustes firmados. Não obstante, o titular da pasta, no alto da sua incompetência, continua à frente do órgão como se nada grave tivesse sido revelado nem exposta contra a decência e a lisura da gestão pública. É notório que o Estado não tem qualquer prioridade com o turismo e isso vem à tona e se confirma quando acontece tragédia de grande repercussão, como a referida acima. Então, por quais motivos existem Ministério do Turismo e órgãos assemelhados estatais, se não há interesse oficial em incrementar a indústria turística? Na prática, o turismo nacional se torna cada vez apequenado e tende a se despencar do patamar de onde nunca esteve. À vista dos fatos irregulares denunciados nos últimos dias, os recursos executados pelo Ministério do Turismo não tinham efetividade, por terem sido desviados para os bolsos de bandidos trasvestidos de servidores públicos, motivando o descarrilamento moral desse órgão e a prisão temporária de alguns servidores, mas o governo continua fingindo que nada houve de errado ali. Diante dos escândalos, da incompetência de vários ministérios e da falta de efetividade de suas ações programáticas, nada mais justo de que sejam extintos os Ministérios do Turismo e tantos outros igualmente inoperantes e desqualificados, bem assim uma infinidade de secretarias com nível de ministério, também incapazes de produzir algo em benefício da sociedade, cuja medida teria o condão de contribuir para a eficiência e a eficácia da administração pública, quanto à possibilidade da economia de recursos, da extirpação da corrupção e da criação, com os recursos que seriam destinados àqueles órgãos, da fonte de financiamento dos programas de saúde, objeto da regulamentação em exame na Câmara dos Deputados. Não é que os graves problemas do país não tenham solução, mas, sem vontade política e competência por parte dos dirigentes governamentais para saneá-los, restará à sociedade brasileira a desilusão por perceber que os interesses das espúrias alianças partidárias são bem mais importantes do que as causas nacionais, que bem merecem o afago de medidas eficientes e moralizadoras. Acorda, Brasil!   
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de setembro de 2011

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