terça-feira, 27 de setembro de 2011

Audácia da FIFA

A presidente da República resolveu ordenar aos seus auxiliares diretos que providenciassem urgente aproximação com a FIFA, para estender-lhe a mão apaziguadora, com a finalidade de acabar de vez o clima de beligerância existente entre o governo e essa entidade. A presidente tenciona inclusive se encontrar com a cúpula daquele órgão, para que sejam discutidas as divergências surgidas quanto à realização da Copa do Mundo no Brasil. Segundo notícias veiculadas na atualidade, a FIFA, insatisfeita com algumas medidas anunciadas pelo governo, teria adiantada a sua intenção no sentido de que poderia até mesmo cancelar o Mundial nas terras tupiniquins se não houver consenso em torno de questões sensíveis, entre elas a que se refere à cobrança de meia-entrada nos estádios. Embora o governo entenda que há remota possibilidade da concretização da ameaça em referência, procura melhorar o clima de tensão demonstrado pela cartolagem. A Lei Geral da Copa, cujo projeto tramita no Congresso Nacional, tem sido questionada pela entidade máxima do futebol, uma vez que, na sua avaliação, o texto não defende como devia suas receitas com ingressos, patrocínios e televisão do Mundial. Diante das absurdas exigências da FIFA, que, com intransigência, não se afasta da defesa dos seus interesses, não fazendo qualquer concessão nem mesmo tendo em conta a soberania do país sede do Mundial, como se a sua razão fosse única existente na face da terra, essa entidade precisa de lição de boas maneiras, de relações de humildade e de respeito à independência das instituições. Nesse sentido, não poderia haver nada melhor do que o cancelamento pelo governo da Copa no Brasil, que funcionaria como excelente oportunidade para a reafirmação da verdadeira independência do país da inescrupulosa cartolagem nacional e internacional, cuja medida por certo teria o condão de turbinar a força da autoridade da presidente da República, para patrocinar com altivez e destemor a eliminação das espúrias e interesseiras alianças partidárias e as reformas política, econômica, tributária, moral e tantas outras mudanças fundamentais que o país vem exigindo há bastante tempo, como forma de modernização e aperfeiçoamento dos mecanismos de funcionamento do Estado e de contribuição para o desenvolvimento nacional. Nesse caso, a FIFA teria prestado, de forma indireta, inestimáveis serviços às causas ansiadas pelos brasileiros e seria eternamente lembrada e agradecida pela imensurável colaboração à verdadeira independência do Brasil, a quem seria concedida por inteira justiça e com todo mérito a “Taça da Vitória” do povo brasileiro.

 ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 27 de setembro de 2011

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