terça-feira, 20 de setembro de 2011

Prevenção das doenças

Consoante reportagem publicada na Folha de S. Paulo, as internações de pessoas acometidas de cirrose hepática, adquiridas em virtude da ingestão de bebidas alcoólicas, tiveram aumento de quase 50%, somente nos hospitais do Estado de São Paulo, nos últimos cinco anos. Os levantamentos indicam que aumentou a ingestão de bebidas alcoólicas e que "A quantidade de álcool para provocar uma cirrose varia caso a caso. Geralmente são quantidades que as pessoas podem achar pequenas, como quatro ou cinco doses de bebidas destiladas por dia, se for consumido diariamente por dez anos".  Segundo um especialista, “o álcool inflama e destrói gradualmente as células do fígado que, ao longo do tempo, passa a ficar tomado por pequenas cicatrizes, e tem seu funcionamento prejudicado”; "Uma das características do álcool é induzir tolerância e a pessoa precisa de uma quantidade cada vez maior para sentir o mesmo efeito de relaxamento inicial"; e somente nos casos graves, quando as funções vitais do fígado já estiverem comprometidas, há necessidade do seu transplante. Embora esse seja o panorama de um Estado, por certo o resto do país padece de sintoma semelhante, sendo comum a alocação de verbas destinadas aos exclusivos atendimentos ambulatorial e hospitalar, de média e alta complexidade, em especial do Sistema Único de Saúde – SUS. Os dispêndios são altíssimos para todas as especialidades médicas, mas a efetividade dos recursos é quase nula em termos de benefício, servindo apenas como mero paliativo, havendo necessidade da criação de programas de âmbito nacional, voltados para esclarecimentos médico-especializados, inclusive com efetivas ações de combate às causas do flagelo e com alerta sobre os malefícios do uso das bebidas alcoólicas. Importa ressaltar que a vida com qualidade e longevidade não pode prescindir como fundamento que a pessoa e o Estado cuidem da vida antes do aparecimento e agravamento da doença. No caso em comento, há real possibilidade de ser evitada maior gravidade da doença se houver efetiva preocupação preventiva por parte das autoridades de saúde pública. Medida nesse sentido poderia contribuir duplamente com o salvamento de vidas e a economia de recursos, pela diminuição dos gastos ambulatoriais e hospitalares. Há evidente necessidade de ser priorizada a aplicação de recursos nas atividades de saúde pública, com vistas à sua efetividade em termos de eficiência gerencial, com a promoção de programas publicitários, de abrangência nacional, com a utilização dos meios e veículos apropriados, em contraposição às propagandas comerciais de bebidas, a fim de esclarecer, não somente com relação ao caso da cirrose hepática, mas sobre todas as doenças passíveis de prevenção, mostrando suas causas e efeitos, de forma bem didática para que possa convencer sobre os malefícios, em cada caso, à saúde e sobre a necessidade do esforço pessoal para a preservação da saúde pessoal.

ANTONIO ADALMIR FERNANDES

Brasília, em 19 de setembro de 2011

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