|     O   ex-presidente da República, por ocasião de cerimônia realizada na   Universidade Federal da Bahia, quando lhe foi entregue o título de doutor “honoris causa”, em meio a protestos de   estudantes, disse ontem, em Salvador, que "Político tem que ter casco duro. Se o político tremer cada vez que   alguém disser uma coisa errada sobre ele e não enfrentar a briga para dizer   que está certo, acaba saindo mesmo", ao se referir aos casos que   envolveram os ex-ministros dos Transportes, da Agricultura e do Turismo, que   pediram exoneração porque não resistiram à pressão de suspeitas da prática de   corrupção, dando a entender eles não deveriam ter saído dos seus cargos.   Sobre o ex-ministro da Casa Civil, que também foi exonerado por suspeita de   atos irregulares, ele não fez qualquer menção. Contrastando com o momento   solene da concessão do título em apreço, a declaração do ex-mandatário do   país dá a exata dimensão da falta de caráter de quem soube resistir, com a   força e a “bravura” da desonestidade própria petista, ao envolvimento do seu   nome no maior escândalo da história republicana brasileira, o “famoso” e   famigerado mensalão, que, após ter saído ileso, ele conseguiu, de forma   heroica se reeleger presidente da República. Essa ridícula lição de cafajestice   mostra a verdadeira face da falta de compromisso do político brasileiro com a   moralidade e a ética na administração pública, que tem sido sempre   prejudicada pela comprovada incompetência da sua gerência, notadamente na gestão anterior, quando foi pródiga de atos irregulares, mas, sob o prisma superior,   nada foi visto de errado, não houve qualquer apuração dos fatos denunciados e   ninguém foi punido, ou seja, apesar do mar de lamas transferido para o atual   governo, como herança maldita que induziu à exoneração de vários servidores   de alto escalão, pela prática de irregularidades graves, que já eram   praticadas no passado recente, aquela autoridade ainda é saudada com honroso   título de doutor “honoris causa” e aproveita   o ensejo para incitar os políticos a se mostrarem durões quando forem acusados   da prática de corrupção. A insatisfação demonstrada pelo ex-presidente da   República, por não ter concordado com a falta de combate até a morte por   parte dos servidores corruptos, funciona como contribuição negativa ao aperfeiçoamento   da democracia e serve de estímulo e de péssimo exemplo para o culto da   desonestidade tão combatida atualmente pela sociedade, que tem o dever moral de   rechaçar da vida pública as pessoas indignas de representá-la, ainda mais quando   envolve a condução dos altos interesses do país. Acorda, Brasil!               |        |        |   
Brasília, em 21 de setembro de 2011
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