sábado, 5 de novembro de 2011

Basta de injustiças

O governo vem discutindo forma de apoiar alteração no Orçamento de 2012, para incluir reajuste linear aos servidores da União acima do concedido em anos recentes, diferentemente do ridículo percentual que nunca passou de 1%, apenas como forma de cumprir a obrigatoriedade anual da correção prevista na Constituição Federal. Agora, a intenção caminha para fórmula que se aproxime da previsão inflacionária. Segundo as fontes palacianas, essa medida objetiva ganhar argumento para barrar possíveis discussões, por categoria do funcionalismo, exatamente no ano eleitoral de 2012, quando o governo estará suscetível a todo tipo de pressão e de reivindicação, em contraposição à sua política restritiva em desfavor dos servidores públicos. Na verdade, esse governo simplesmente ignorou tudo aquilo que defendia quando ainda era sindicato, que, de forma coerente com a liderança trabalhista que representava, vivia permanente e incansavelmente subindo nas tamancas em ardente defesa das classes de trabalhadores, incluídas às dos servidores públicos, que antes do petismo no governo tinha aumento anual, pelo menos como forma de reposição das perdas decorrentes da inflação do ano anterior. Naquela ocasião, as greves dos sindicatos funcionavam com bastante eficácia e eficiência e conseguiam desgastar as relações entre governo e servidores públicos, exatamente porque os sindicalistas não faziam parte do Estado, não eram infiltrados em cargos comissionados nos órgãos públicos e nas empresas estatais, como forma de empreguismo indecente próprio dessa política de pessoal implantada pelo governo, que teve o demérito de contribuir para a notória ineficiência da máquina pública e do seu descontrole na gestão dos recursos públicos, nunca tão criticada como agora por parte da opinião pública. Diante de tanta maldade já protagonizada contra os servidores públicos por parte dos governos que se denominam dos trabalhadores, o aumento que poderá ser projetado para o próximo ano, ainda que seja apenas equivalente à previsão inflacionária, terá certamente a significância de esmola, ante as enormes perdas salariais acumuladas durante todo o período representado pela falta de sua imprescindível reposição. É evidente que a sociedade anseia por bons serviços prestados pelos abnegados servidores públicos e estes mais que imploram por vencimentos decentes e capazes de, pelo menos, possibilitar o acompanhamento do crescimento incessante e descontrolado da inflação, sob pena de a perda do poder aquisição contribuir ainda mais para o péssimo desempenho da máquina pública, que seria diretamente prejudicada pela falta de interessa do governo em tão somente cumprir, nesse particular, o mandamento constitucional. Acorda, Brasil!  

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 04 de novembro de 2011

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