quinta-feira, 17 de novembro de 2011

CPI é pouco

Partidos de oposição ao governo na Câmara dos Deputados cobraram a demissão do ministro do Trabalho e defenderam a necessidade da imediata instalação da CPI da Corrupção, para apurar uma série de irregularidades que assolam esse governo, que se complica com as denúncias de corrupção também nesse ministério, com a concessão de recursos a ONGs em situação de investigação por aplicação irregular de verbas públicas e de registro a sete sindicatos patronais no Amapá para representar setores da indústria que, segundo o próprio governo local, não existem no Estado; entre outras graves impropriedades não condizentes com a liturgia do importante cargo de ministro. A oposição entende que há evidente demonstração de que o país está contaminado pela corrupção administrada pelo próprio governo federal, principalmente com raízes e tentáculos nos ministérios, a qual sempre surge mais forte e com maior intensidade quando o governo tenta escondê-la, como nesse caso do ministro do Trabalho, que, à medida das negativas sobre o seu envolvimento nas falcatruas mais as evidências vêm à tona, fragilizando a sua permanência no cargo, pelo visível desgaste de moralidade e de credibilidade de homem público. Os fatos escabrosos protagonizados por esse ministro fanfarrão, mentiroso e desfaçado têm o condão de mostrar a incompetência e a fraqueza desse governo, por não ter a suficiente coragem para prontamente exonerá-lo, porque a sua permanência no serviço público é prova inconteste de desserviço para os interesses do país, uma vez que os escândalos vêm sendo perpetuados com constância justamente pela leniência e condescendência governamentais, com a aceitação das fajutas justificativas e deixando de apurar os fatos denunciados, o que somente contribui para o fortalecimento da impunidade dos corruptos e a desesperança de dias melhores para o país. Os acontecimentos mostram que esse governo é complacente com os esquemas de corrupção que atingem a nação, porquanto é muito clara e impressionante a convulsão instalada no Ministério do Trabalho, mas apenas o governo não quer perceber, tendo inclusive a sua titular sido debochada publicamente pelo ministro, que nada foi feito a seu respeito, o que só confirma a aceitação e responsabilização pelo caos na administração pública, havendo conivência com os lastimáveis fatos. Urge que os governantes sejam despertados dessa letargia ética e moral e complacentes com o clamor da sociedade, que exige a assepsia na administração pública, como forma de contribuir para o estabelecimento de gestão sem corrupção, mais eficiente, com credibilidade e moralidade imprescindíveis ao desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!

 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 17 de novembro de 2011

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