quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Delinquentes mimados

Os fatos que culminaram com a ocupação da reitoria, no dia 27 de outubro, após três alunos da USP terem sido detidos por posse de maconha em festinha privada no campus, tiveram desfecho nesta data com a prisão dos baderneiros, depois que eles dilapidaram de forma selvagem o patrimônio público, quebrando móveis e deixando rastro de destruição, e de descumprir decisão judicial, como prova evidente de falta de civilidade. Trata-se de grupo de irresponsáveis e delinquentes que se acham acima da lei e de tudo, com a disseminação de péssimo exemplo de falta de cidadania e de ideologia de qualquer espécie, e que não respeitaram sequer a decisão da própria assembleia dos colegas estudantes, que defendem o trabalho dos policiais dentro da universidade, antes ameaçada pela intranquilidade e insegurança com crescente onda de violência, representada por assaltos, estupros, assassinatos etc., diante da descontrolada infestação de bandidos nas suas dependências. Que valores democráticos pretendem defender esses criminosos estudantes, ao bradarem pela dispensa de policiamento dentro da sua casa? Quando o resto da sociedade implora, clama pela ostensiva presença de policiamento, porque a insegurança é a sua permanente companhia. Nunca se viu tremenda incongruência por parte de quem se imaginava possuir um mínimo de inteligência e de maturidade para distinguir o sublime bem do seu futuro de vida, com a conclusão dos estudos com recursos dos brasileiros, do entendimento retrógrado de que fumar maconha dentro do campus é um barato. Verdadeiramente, isso não é causa que se defenda, quando existem objetivos social, político, ideológico, democrático, autonomia universitária e tantos outros importantes passíveis de reivindicação. Nada faz sentido para justificar medida tão sem finalidade, que somente contribuiu para danificar a propriedade pública que eles usufruem diretamente, além de atrair a indignação da opinião pública e a discordância de parte expressiva dos alunos da própria USP. Ainda houve agressão a jornalistas, policiais, com pedradas, fabricação de coquetéis molotov, uso de capuz de terrorista e de drogas e tudo o mais que melhor combina com a prática dos bandidos que a polícia vinha combatendo, justamente para protegê-los. Como consequência, é justo que esses alunos sejam processados pelos seus crimes, obrigados ao pagamento pela reparação dos estragos do seu vandalismo e processados dentro da universidade, para ser aquilatado o seu comportamento quanto ao merecimento de continuar estudando às custas dos contribuintes, quando muitos brasileiros não conseguem estudar curso superior, por falta da oportunidade concedida a esses inconsequentes. Caso nada aconteça nesse sentido, certamente que outros episódios, de repercussão ainda maior, poderão ocorrer normalmente, em flagrante desmoralização às autoridades e aos direitos humanos, justamente porque ninguém pode se achar acima do bem e do mal, nem muito menos pensar que pode cometer barbárie impunemente. Além de tudo isso, há que se lamentar o desnecessário dispêndio com a mobilização de centenas de policiais e equipamentos caríssimos, para sanar situação criada pelos alunos, em prejuízo de operações carentes da atuação dessa ordem. Em respeito aos princípios democráticos, espera-se que os cidadãos se conscientizem de que compete igualmente a todos a observância dos direitos e das obrigações constitucionais e legais, como forma de contribuir positivamente para a construção do desenvolvimento do país. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 08 de novembro de 2011

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