terça-feira, 22 de novembro de 2011

Conselho Permanente de Segurança da ONU

O Brasil vem insistindo por meios e formas até impossíveis para fazer parte, como membro permanente, do Conselho de Segurança da ONU. Porém, a comunidade internacional que controla esse importante órgão não se curva aos seus insistentes e ferrenhos apelos nem demonstra o mínimo de entusiasmo com a descabida e inglória pretensão tupiniquim, não acenando sequer por promessa em apoiá-la no futuro. É evidente que os países membros da ONU são potenciais candidatos ao altíssimo posto responsável pela mediação dos graves conflitos entre as nações. Para ser membro permanente desse órgão, que tem como precípua missão contribuir para defender a pacificação e paz entes os povos, o país precisa possuir liderança que o qualifique para exercê-la sob quaisquer suspeitas. No momento, o Brasil não tem cacife para disputar essa causa de magnitude que extrapola a sua credibilidade internacional, que ainda é insuficiente e incapaz para credenciá-lo para tanto. A sua participação diplomática internacional foi desastrosa, tendo se comportado, principalmente na gestão anterior, como verdadeiro anticandidato ao citado cargo, por suas ações medíocres, no entanto, firmes, incondicionais e decisivas em apoio a países cujos mandatários menosprezam os direitos políticos e sociais dos cidadãos, em desrespeito aos princípios fundamentais da democracia, constituindo verdadeiro antídoto às suas pretensões. Ainda no plano internacional, o Brasil demonstrou fraqueza e tibieza na defesa dos interesses nacionais, ao aceitar as pressões de países vizinhos e condescender com governos totalitários e antidemocráticos, mediante jogo político de dupla face, bancando a diplomacia de generosidade, como a entrega da refinaria da Petrobras à Bolívia; a revisão do Tratado de Itaipu, concedendo majoração tarifária ao Paraguai; os financiamentos graciosos para países que desrespeitam os sagrados direitos de cidadania etc. No contexto interno, a situação brasileira é simplesmente lastimosa, em termos de política de segurança nacional, por não possuir Plano Estratégico de Defesa Nacional; demonstrar visível desprezo e pouca importância às Forças Armadas, que se encontram totalmente sucateadas, desatualizadas e despreparadas, em termos de aperfeiçoamento técnico-especializado e de arsenal bélico de ponta; manter a vigilância das fronteiras ao deus-dará, onde o contrabando se refestela; negligenciar com a segurança dos brasileiros, à vista da crescente onda de violência e da bandidagem; entre outras chagas na execução da política de segurança pública. É visível a pífia e questionada liderança exercida internamente pelo Brasil, que jamais o respaldaria a sua investidura no citado cargo de enorme responsabilidade mundial. Na verdade, o Brasil somente se destacou no centro dos acontecimentos mundiais graças ao seu vanguardismo na priorização de recursos para programas contra a fome, cujo esforço, induvidosamente, não passou de demagogia eleitoreira e forte apelação publicitária, em detrimento de outros programas sociais importantes, quando aquele era mais vitrine para satisfazer objetivos de autopromoção e de facilitar a perpetuação no poder por grupos políticos inescrupulosos. O importante é que a lição de casa ainda não foi feita e o Brasil precisa fazê-la muito bem e com urgência, acabando com suas mazelas e aperfeiçoando a forma de governar o país. Para tanto, precisa acabar com a famigerada corrupção com recursos públicos; providenciar as reformas necessárias ao desenvolvimento do país; enxugar a monstruosa e inoperante máquina pública; adequar a pesada carga tributária à real capacidade contributiva dos cidadãos; priorizar os programas governamentais; controlar a inflação; baixar os elevadíssimos juros; administrar a incontrolável dívida pública; acabar com as emendas parlamentares; ocupar os principais cargos públicos com tecnocratas competentes e especializados; extinguir imediatamente a coalizão sem ideologia e contrária aos interesses nacionais; instituir programas assistenciais voltados para a capacitação profissional e ao emprego, inclusive com o uso do programa bolsa família, com fixação de prazo para a sua vigência; exercer efetiva fiscalização sobre os recursos concedidos às ONGs; criar sistemas de excelência para os gastos públicos; defender de forma intransigente a soberania e os interesses nacionais; moralizar as ações governamentais; entre tantas medidas sérias e eficientes que possam sinalizar para o mundo a seriedade e objetividade na execução de políticas competentes e verdadeiramente de vanguarda, em todos os sentidos da sua concepção. É mais do que sabido que liderança e competência não se impõem no grito ou na insistência, mas elas são adquiridas e implementadas naturalmente, apenas com o fruto do desempenho das boas e salutares ações, mediante a execução de procedimentos decentes, objetivos e dignos de serem percebidos, seguidos e imitados por todos. A vaga de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU certamente será conquistada e preenchida pelo Brasil quando ele se tornar digno para o mundo, com o resultado das medidas acima mencionadas. Com isso, a situação será invertida em favor verde-amarelo, quando não mais precisará que o mandatário brasileiro fique a todo instante se esfalfando, humilhando, curvando e arrastando diante dos poderosos e das potências mundiais, implorando em vão o reconhecimento por algo cujo mérito, na atualidade, somente o Brasil não quer enxergar que não possui capacidade e liderança suficientes para alcançá-lo, porque não consegue sair da segunda época na administração do país. No momento em que o Brasil demonstrar competência para ser aprovado de ano na sua lição de casa, por certo ele será convidado, com base nas honras e nos méritos conquistados por seu esforço, para integrar, como membro permanente, o órgão de sublime importância na conjuntura mundial. Acorda, Brasil!
  
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 21 de novembro de 2011

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