segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Medo da máfia

De quando em vez, ouve-se a notícia da possibilidade da iminente reabertura, no Brasil, dos cassinos e de resto da liberação dos jogos em geral, sob a alegação de que a regularização pretendida poderá propiciar muitos empregos e gerar significativo montante de impostos, que o governo poderia destiná-los aos seus programas assistenciais, principalmente para a saúde pública, que anda tão raquítica que não consegue andar com as próprias pernas, estando precisando de uma dose vitaminada de recursos oriunda do submundo dos jogos, incluído o do bicho, para revitalizá-la e tirá-la da UTI crônica. Quem diria, hem! É curioso que boa parte da sociedade condena bravamente a regularização dos cassinos nas terras tupiniquins, por temer suscitar o aparecimento das perigosas e violentas organizações mafiosas, sempre ameaçadoras à paz social, ante a disputada e ferrenha defesa de seus “legítimos” e “nobres” interesses. De fato, essa questão não deixa de ser preocupante, caso o país volte a conviver com grupos rivalizados pela permanente conquista de mais poder ente os “poderosos”. É bem verdade que, na atualidade, já existem muitas e perigosas organizações mafiosas atuando entre os brasileiros, principalmente com passaportes para transportes livres nas repartições públicas, trabalhando com o auxílio de esquemas altamente sofisticados e especializados, com o exclusivo objetivo de desviar recursos públicos para si ou agremiações partidárias, cujas verbas poderiam ser revertidas exatamente para a saúde. Por certo, toda essa gente que hoje se encontra enfronhada na corrupção com dinheiro dos brasileiros, poderia se envolver com a máfia dos jogos, onde a sua especialização se adaptaria bem melhor, por ser ali campo fértil para a expansão das suas maldades, deixando o patrimônio público imune à sanha perversa e descontrolada como vem ocorrendo de forma costumeira. No caso, os mafiosos apenas mudariam de lado e passariam a agir na sua seara de origem, possibilitando importante vantagem por permitirem que o serviço público passe a ser gerido com a necessária eficiência, além de poder se beneficiar da nova fonte de impostos vinda do submundo, que também geraria empregos para garantir o sustento de muitas famílias. A sociedade espera que a reabertura dos cassinos, antes de causar medo ou temor, possibilite a transferência dos mafiosos corruptos com dinheiros públicos para as suas “nobres” atividades de “cassineiros” ou banqueiros dos jogos em geral e que o seu funcionamento opere em benefício dos interesses sociais e econômicos do país.      

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 27 de novembro de 2011

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