Ao ensejo da celebração dos 10
anos do partido no comando do governo federal, o PT copia, na cartilha
divulgada durante o evento, o famoso estilo do realismo socialista, estampada na
estética artística oficial adotada pela União Soviética da ditadura stalinista.
Na capa da cartilha, também foi gravada a frase “do povo, pelo povo, para o povo”, fazendo alusão ao célebre
Discurso de Gettysburg, feito em 1863, por Abraham Lincoln, no final da Guerra
da Secessão, que é considerada uma das concisas definições da democracia
moderna e se resume em “A democracia é
o governo do povo, pelo povo, para o povo”. A capa do panfleto é composta
por desenho com os rostos do ex-presidente e da presidenta da República,
fundidos como se fossem somente um. Com a bandeira do Brasil ao fundo, ladeada
por um conjunto de casas populares e uma grande cidade. Logo abaixo, figura uma
família pobre, militantes do PT, com camisas e bandeiras vermelhas e um
trabalhador de uniforme e capacete. Não houve falta dos requisitos estéticos do
realismo socialista, segundo definições acadêmicas, tendo sido indicadas as
imagens idealizadas como heróis nacionais, laureados e coroados pela bandeira brasileira.
Os demais componentes são representações idealizadas por pessoas sorridentes e
vigorosas, com força e saúde. A família significa o programa Bolsa Família e as
casas o programa Minha Casa Minha Vida. Adotado na década de 1930, para fazer
propaganda do governo, o realismo socialista surgiu como padrão estético para
artes visuais, teatro e literatura, tendo sido extinto no meado da década de
1960. Não deixa de ser mais uma demonstração de incompetência do PT, em copiar
o desenho socialista e a frase do maior democrata de todos os tempos, atitudes reveladoras,
como vem mostrando no governo, da plena falta de capacidade para inovar e criar
algo diferente. Não poderia ser diferente, em se tratando do PT, que até agora
não apresentou ao país nenhum programa revolucionário, porquanto, em
aproveitamento da lei do menor esforço, apenas deu continuidade aos projetos do
governo anterior que vinham dando resultados satisfatórios. Não obstante, esse
episódio deixa clara a limitação de gerenciamento com eficiência de grandioso
país tão carente de administradores públicos à altura da sua importância no
contexto de mundo.
A cartilha não poderia ter sido copiada de época mais contemporânea à
mentalidade retrograda compatível com as politicagens praticadas pelos
comunistas da década de trinta, com clara reverência a alguém que foi um dos ditadores mais poderosos e assassinos da história da humanidade,
que governou a União Soviética por vinte e cinco anos sob regime de intenso
terror, tendo causado a morte e o sofrimento de dezenas de milhões de pessoas, durante o Grande
Terror da década de 1930, quando foram eliminados do seu partido os
"inimigos do povo", com a execução e o exílio para o sistema gulag de
campos de trabalho escravo. O PT, enfim, sai do armário literalmente e
assume às claras a sua forma disfarçada de ser, que sempre fugiu de se declarar
simpatizante do comunismo, embora suas práticas não deixem dúvidas sobre isso,
à vista dos seus métodos de cooptação dos partidos para se alinharem ao seu
projeto de perpetuação no poder, com a utilização de mecanismo bastante
convincente do reprovável fisiologismo, mediante o loteamento de órgãos
públicos e empresas estatais entre os partidos da coalizão, como forma de
consolidação da base de sustentação do governo. Além do expugnável uso
costumeiro dos métodos corruptíveis, a exemplo do mensalão, caminho inteligente
dos comunistas para conquistar a simpatia e o apoio às políticas rasteiras. O
comunismo moderno age com bastante inteligência, sendo capaz de utilizar
instrumentos para se apoderar do poder com artifícios compatíveis aos seus
interesses e contrários às causas da nacionalidade, para beneficiar-se e
partilhar o poder com seus asseclas, independentemente da observância aos
princípios da ética, legalidade, honestidade, probidade e muito menos aos
preceitos salutares da democracia, por serem contrários à cartilha comunista.
Convém que a sociedade se conscientize sobre a gravidade do poder de
convencimento manipulado por políticos maquiavélicos, que procuram transmitir para
o povão ideias próprias dos regimes socialista e comunista como se fossem
singelas mensagens comemorativas do partido. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de fevereiro de 2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário