quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Fatos reveladores

Ao ensejo da celebração dos 10 anos do partido no comando do governo federal, o PT copia, na cartilha divulgada durante o evento, o famoso estilo do realismo socialista, estampada na estética artística oficial adotada pela União Soviética da ditadura stalinista. Na capa da cartilha, também foi gravada a frase “do povo, pelo povo, para o povo”, fazendo alusão ao célebre Discurso de Gettysburg, feito em 1863, por Abraham Lincoln, no final da Guerra da Secessão, que é considerada uma das concisas definições da democracia moderna e se resume em “A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo”. A capa do panfleto é composta por desenho com os rostos do ex-presidente e da presidenta da República, fundidos como se fossem somente um. Com a bandeira do Brasil ao fundo, ladeada por um conjunto de casas populares e uma grande cidade. Logo abaixo, figura uma família pobre, militantes do PT, com camisas e bandeiras vermelhas e um trabalhador de uniforme e capacete. Não houve falta dos requisitos estéticos do realismo socialista, segundo definições acadêmicas, tendo sido indicadas as imagens idealizadas como heróis nacionais, laureados e coroados pela bandeira brasileira. Os demais componentes são representações idealizadas por pessoas sorridentes e vigorosas, com força e saúde. A família significa o programa Bolsa Família e as casas o programa Minha Casa Minha Vida. Adotado na década de 1930, para fazer propaganda do governo, o realismo socialista surgiu como padrão estético para artes visuais, teatro e literatura, tendo sido extinto no meado da década de 1960. Não deixa de ser mais uma demonstração de incompetência do PT, em copiar o desenho socialista e a frase do maior democrata de todos os tempos, atitudes reveladoras, como vem mostrando no governo, da plena falta de capacidade para inovar e criar algo diferente. Não poderia ser diferente, em se tratando do PT, que até agora não apresentou ao país nenhum programa revolucionário, porquanto, em aproveitamento da lei do menor esforço, apenas deu continuidade aos projetos do governo anterior que vinham dando resultados satisfatórios. Não obstante, esse episódio deixa clara a limitação de gerenciamento com eficiência de grandioso país tão carente de administradores públicos à altura da sua importância no contexto de mundo. A cartilha não poderia ter sido copiada de época mais contemporânea à mentalidade retrograda compatível com as politicagens praticadas pelos comunistas da década de trinta, com clara reverência a alguém que foi um dos ditadores mais poderosos e assassinos da história da humanidade, que governou a União Soviética por vinte e cinco anos sob regime de intenso terror, tendo causado a morte e o sofrimento de dezenas de milhões de pessoas, durante o Grande Terror da década de 1930, quando foram eliminados do seu partido os "inimigos do povo", com a execução e o exílio para o sistema gulag de campos de trabalho escravo. O PT, enfim, sai do armário literalmente e assume às claras a sua forma disfarçada de ser, que sempre fugiu de se declarar simpatizante do comunismo, embora suas práticas não deixem dúvidas sobre isso, à vista dos seus métodos de cooptação dos partidos para se alinharem ao seu projeto de perpetuação no poder, com a utilização de mecanismo bastante convincente do reprovável fisiologismo, mediante o loteamento de órgãos públicos e empresas estatais entre os partidos da coalizão, como forma de consolidação da base de sustentação do governo. Além do expugnável uso costumeiro dos métodos corruptíveis, a exemplo do mensalão, caminho inteligente dos comunistas para conquistar a simpatia e o apoio às políticas rasteiras. O comunismo moderno age com bastante inteligência, sendo capaz de utilizar instrumentos para se apoderar do poder com artifícios compatíveis aos seus interesses e contrários às causas da nacionalidade, para beneficiar-se e partilhar o poder com seus asseclas, independentemente da observância aos princípios da ética, legalidade, honestidade, probidade e muito menos aos preceitos salutares da democracia, por serem contrários à cartilha comunista. Convém que a sociedade se conscientize sobre a gravidade do poder de convencimento manipulado por políticos maquiavélicos, que procuram transmitir para o povão ideias próprias dos regimes socialista e comunista como se fossem singelas mensagens comemorativas do partido. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 20 de fevereiro de 2013

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