Dando seguimento ao
planejamento estratégico e rigorosamente traçado para o fortalecimento da
campanha eleitoral de 2014, o Palácio do Planalto lançou suas fichas políticas
no indecente apoio aos parlamentares peemedebistas para presidirem o Senado
Federal e a Câmara dos Deputados, como forma explícita da prática condenável do
fisiologismo em prol do maior partido da República e de demonstração de
fidelidade aos interesses espúrios, envolvendo órgãos públicos, como moeda de troca.
Não à toa, o Planalto se empenhou em chancelar essas candidaturas em função da
grandeza do PMDB, para angariar a sua simpatia e o seu apoio, na melhor forma
do convencionado jeitinho de se dizer que uma mão lava a outra. O governo não
se iluda de que, por sua obra e graça, o PMDB agora se tornou ainda maior e
mais forte, ampliando seu poder no Congresso, o que poderá dificultar as
pretensões governamentais no Parlamento, porque o abjeto apoio aos parlamentares
polêmicos já trouxe enorme deslustre à imagem da presidente, por eles serem
alvo de denúncias da prática de atos contrários ao decoro e à probidade. Diante
disso, o governo terá que pagar preço altíssimo pelo desgaste de ter se
solidarizado com políticos contestados pela mídia e sociedade, que não vislumbram
motivos para compactuar com os homens públicos sem escrúpulo, que não têm a
dignidade nem interesse de zelar pelo princípio da moralidade, em desrespeito à
relevante e nobre função de representante do povo brasileiro. Contrariar os
princípios fundamentais da administração pública faz parte da ideologia dessa
grande agremiação, que prefere se aliar aos governantes com o objetivo
primordial de ser contemplado com cargos públicos, como forma de manter seus
apaniguados à custa dos tolos dos contribuintes. O expressivo peso da legenda
do PMDB no Congresso vai obrigar o governo a ceder nas suas pretensões políticas,
tendo em vista que os acordos feitos com essa agremiação são pagos com sacrifício,
sob pena de ruir a poderosa manutenção da base de sustentação do governo, por
ser o PMDB o principal e preferencial aliado na próxima campanha presidencial,
que tem demonstrado competência para exigir a satisfação das suas pretensões, participando
do poder, mediante a estratégica
ocupação de cargos públicos,
que ainda é a mais fascinante e atraente moeda de troca do apoio político,
embora isso tenha demonstrado o quanto os partidos políticos se aviltam, por
terem a indignidade de substituírem suas respeitáveis ideologias insculpidas
nos seus estatutos de fundação pelo reprovável fisiologismo, ao se acomodarem
diante da distribuição de cargos públicos, relegando os planos e os
compromissos de bem representarem o povo. Diante desses acordos sebosos e
sem-vergonha, principalmente por serem firmados às claras pelas principais
autoridades públicas do país, como demonstração de desmoralização das
instituições democráticas, para a decepção da sociedade, urge que a consciência
nacional exija ampla reforma político-eleitoral, como instrumento capaz de
modernizar, aperfeiçoar e moralizar as atividades públicas, possibilitando o
banimento da vida pública dos maus políticos que não têm sensibilidade quanto
aos relevantes serviços prestados ao país, por preferirem a indignidade de não observar
os princípios éticos, morais e de honestidade e de desrespeitar os deveres
constitucionais acerca do exercício dos cargos públicos, inclusive deixando de
zelar pela economicidade e transparência quanto à aplicação de recursos
públicos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 05 de fevereiro de 2013
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