sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Credibilidade arruinada

Depois de transcorridos alguns anos das primeiras campanhas petistas à presidência da República, agora circula na internet um vídeo em que o então candidato presidencial do PDT e fundador dessa agremiação teve a feliz clarividência de, por ocasião de debate entre presidenciáveis na televisão, vaticinar sobre o futuro do ex-presidente petista, ao afirmar, in verbis: “Toda essa crítica que ele faz à memória de Getúlio Vargas me distancia léguas desse cidadão e me faz desconfiar muito dele e do PT como partido de natureza social, um movimento de natureza social. Eu acho o PT mais uma frente, onde uma das partes integrantes da frente é maior do que a própria frente. Eu não o levei a sério, mas agora o vou levar a sério daqui por diante. Você é uma diferença ideológica entre nós. O senhor Sávio, que era o vice do senhor Caiado, na presidência do Banco do Brasil, dando empréstimo para o vice de Lula! O PT está contra a parede. Ou ele substitui esse candidato, hoje ou amanhã, ou ele vai perder a credibilidade nacional.”. A própria história política se encarregou de contar a trajetória de quem se apresentava à nação com montanhas de ideias moralizadoras, no embalo das suas jactâncias e arrojadas pretensões políticas, ao prometer, entre outras metas, varrer da vida pública os maus políticos, aqueles que ele considerava “ladrões”, “bandidos”, “picaretas”, por motivos óbvios, porque, à época, nem precisava possuir visão realista para enxergar que eles realmente constituíam uma classe política malévola e extremamente prejudicial aos interesses nacionais, por fazerem da política instrumento de realização dos objetivos pessoais, sem nenhuma intimidade com as causas sociais. Não obstante, as promessas de campanha não resistiram por muito tempo, elas ruíram rapidinho diante do deslumbramento e fascínio do poder, fazendo com que fossem esquecidos seus escopos de pudor e de decência. A partir de então, a história política do PT tomou rumos diferentes, enveredando por caminhos tortuosos, em virtude da premência das alianças e coligações com o objetivo de garantir a base de sustentação do governo no Congresso Nacional, em troca de concessões espúrias, indecorosas e aviltantes, em termos políticos, por envolver, entre outros absurdos, o uso de cargos públicos, como moeda de troca. O governo cuidou de lotear os Ministérios entre os partidos políticos, como forma de acomodar seus apaniguados à custa de recursos públicos. As inescrupulosas coalizões partidárias permitiram atrair para a proximidade do governo petista os maus políticos de outrora, que agora continuam praticando as mesmas políticas nefastas ao país, mas são considerados fiéis aliados, podendo, entre outras coisas, ocupar normalmente cargos relevantes na administração pública, a exemplo das presidências do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, que tiveram o irrestrito apoio do Planalto, apesar de não terem conseguido justificar as acusações de seus envolvimentos em atos de corrupção com recursos públicos. Não à toa, o sempre festejado ex-presidente americano Abraham Lincoln sentenciou que "... alguém pode enganar poucos por muito tempo, muitos por pouco tempo, mas não todos por todo o tempo...", frase que parece se enquadrar ao momento político do ex-presidente petista, atualmente envolvido em denúncias de participação em casos escabrosos, como o mensalão e a Operação Porto Seguro, além de ser o autor intelectual das coligações indignas com o que ele denominava bandidagem política. Caso as denúncias sejam confirmadas, por certo, o legado político do ex-presidente petista não merece credibilidade, como já profetizava o respeitado caudilho gaúcho, fundador do PDT. Urge que a sociedade se conscientize sobre a necessidade de realmente banir da vida pública os estelionatários políticos, por terem conseguido enganar significativa parcela dos brasileiros por muito tempo. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 14 de fevereiro de 2013

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