Depois de transcorridos alguns anos das primeiras
campanhas petistas à presidência da República, agora circula na internet um
vídeo em que o então candidato presidencial do PDT e fundador dessa agremiação teve
a feliz clarividência de, por ocasião de debate entre presidenciáveis na
televisão, vaticinar sobre o futuro do ex-presidente petista, ao afirmar, in verbis: “Toda essa crítica que ele faz à
memória de Getúlio Vargas me distancia léguas desse cidadão e me faz desconfiar
muito dele e do PT como partido de natureza social, um movimento de natureza
social. Eu acho o PT mais uma frente, onde uma das partes integrantes da frente
é maior do que a própria frente. Eu não o levei a sério, mas agora o vou levar
a sério daqui por diante. Você é uma diferença ideológica entre nós. O senhor
Sávio, que era o vice do senhor Caiado, na presidência do Banco do Brasil,
dando empréstimo para o vice de Lula! O PT está contra a parede. Ou ele
substitui esse candidato, hoje ou amanhã, ou ele vai perder a credibilidade
nacional.”. A própria história política se encarregou de contar a
trajetória de quem se apresentava à nação com montanhas de ideias
moralizadoras, no embalo das suas jactâncias e arrojadas pretensões políticas,
ao prometer, entre outras metas, varrer da vida pública os maus políticos,
aqueles que ele considerava “ladrões”, “bandidos”, “picaretas”, por motivos
óbvios, porque, à época, nem precisava possuir visão realista para enxergar que
eles realmente constituíam uma classe política malévola e extremamente prejudicial
aos interesses nacionais, por fazerem da política instrumento de realização dos
objetivos pessoais, sem nenhuma intimidade com as causas sociais. Não obstante,
as promessas de campanha não resistiram por muito tempo, elas ruíram rapidinho
diante do deslumbramento e fascínio do poder, fazendo com que fossem esquecidos
seus escopos de pudor e de decência. A partir de então, a história política do PT
tomou rumos diferentes, enveredando por caminhos tortuosos, em virtude da
premência das alianças e coligações com o objetivo de garantir a base de
sustentação do governo no Congresso Nacional, em troca de concessões espúrias,
indecorosas e aviltantes, em termos políticos, por envolver, entre outros absurdos,
o uso de cargos públicos, como moeda de troca. O governo cuidou de lotear os
Ministérios entre os partidos políticos, como forma de acomodar seus
apaniguados à custa de recursos públicos. As inescrupulosas coalizões
partidárias permitiram atrair para a proximidade do governo petista os maus
políticos de outrora, que agora continuam praticando as mesmas políticas
nefastas ao país, mas são considerados fiéis aliados, podendo, entre outras
coisas, ocupar normalmente cargos relevantes na administração pública, a
exemplo das presidências do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, que tiveram
o irrestrito apoio do Planalto, apesar de não terem conseguido justificar as
acusações de seus envolvimentos em atos de corrupção com recursos públicos. Não
à toa, o sempre festejado ex-presidente americano Abraham Lincoln sentenciou
que "... alguém pode enganar poucos
por muito tempo, muitos por pouco tempo, mas não todos por todo o tempo...",
frase que parece se enquadrar ao momento político do ex-presidente petista,
atualmente envolvido em denúncias de participação em casos escabrosos, como o
mensalão e a Operação Porto Seguro, além de ser o autor intelectual das
coligações indignas com o que ele denominava bandidagem política. Caso as
denúncias sejam confirmadas, por certo, o legado político do ex-presidente
petista não merece credibilidade, como já profetizava o respeitado caudilho
gaúcho, fundador do PDT. Urge que a sociedade se conscientize sobre a
necessidade de realmente banir da vida pública os estelionatários políticos,
por terem conseguido enganar significativa parcela dos brasileiros por muito
tempo. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de fevereiro de 2013
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