O ex-senador paraibano que se queixava, ostensiva e
insistentemente, quanto ao seu desconforto político no âmbito do PMDB, à vista
da afirmativa falta de apoio aos seus projetos políticos na próxima eleição,
agora tem semblante rejuvenescido de plena felicidade, após ter conseguido conversar
com o ex-presidente da República, o “todo-poderoso” do PT, tendo por escopo assegurar
o ingresso dele numa agremiação partidária, pasmem, que integre a base de
sustentação do governo da presidente da República, no Congresso Nacional, de
modo a possibilitar o seu progresso na política paraibana, ou seja, que ele e
seu grupo aliado, prejudicados com o chega pra lá do PMDB, possam ter condições
de continuar trabalhando em prol da construção do seu projeto
político-partidário. O ex-senador deixou claro que lamenta ter que se desvincular
da sua atual legenda, por onde militou, bravamente e conquistou vitórias, por 21
anos, em face das boas relações com as lideranças estadual e nacional do
partido. O ex-senador se mostrou animado quanto à solução do imbróglio pelo
qual foi envolvido no âmbito do seu partido, porquanto, em virtude do beija-mão
do ex-presidente petista, já há existe assédio de caciques partidários com
vistas ao seu ingresso em nova agremiação, tendo sido citado o convite do PT, feito
pelo ex-presidente petista. Estranha-se que o ex-senador
não tenha levado nem apresentado, de forma prioritária, no encontrou com o
"todo-poderoso", os fatos graves acerca do quadro de calamidade
pública, consistente nas intransponíveis dificuldades resultantes da
devastadora seca impingida impiedosamente aos irmãos nordestinos. Seria justificável
e até louvável que o político genuinamente sertanejo se dedicasse, em caráter
preferencial, das tormentosas questões que vêm maltratando, cruel e dolorosamente,
seus sofridos conterrâneos, ao invés de se concentrar apenas no equacionamento
e na solução das questões inerentes aos interesses políticos seus e do seu
grupo. Em várias manifestações, o ex-senador, em momento algum, demonstrou
preocupação quanto à situação inclemente da seca, mas ganha relevo a sua
situação junto ao PMDB, que tem sido seu calcanhar de Aquiles. A atitude do ex-senador
paraibano guarda absoluta coerência com a mentalidade tacanha dos políticos
brasileiros, que não enxergam senão as oportunidades para solucionar, em primeiro
plano, a sua situação, para, então, continuar pensando em se dar bem, se
beneficiando das vantagens proporcionadas pela política. Enquanto isso, o povo
que se dane e se vire para sobreviver, porque, se for depender da evidente
falta de vontade dos políticos, principalmente os da região, pode entregar a
causa para São José, rogando que Ele seja generoso mandando muita chuva, o
suficiente para que a invernada seja abundante e com fartura. É pena que, na
época das eleições, os bravos nordestinos não tenham a dignidade de responder
aos políticos descompromissados com suas causas que eles devem procurar votos junto
ao "semideus", que pode tudo, inclusive ignorar as agruras
decorrentes da falta de assistência contra a seca, quando eles mais precisavam.
Impressiona a falta de sensibilidade dos políticos, em especial os nordestinos,
que convivem de perto com o caos social e a terrível calamidade da seca, mas
fingem que o drama não lhes diz respeito, não tendo a obrigação de liderar
movimentos no sentido da busca de solução para os graves problemas causados
pela insuportável seca. Urge que os sertanejos, de forma cívica, faça justiça nas
eleições, não elegendo os maus políticos, aqueles que se preocupam tão somente
com a solução das questões políticas do seu interesse, deixando que a população
exploda. Acorda, Nordeste!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 28 de fevereiro de 2013
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