Já não
bastasse a demonstração de incompetência do gerenciamento da administração
pública, com o descontrolado e progressivo crescimento da violência e da
criminalidade; a disseminação do fisiologismo escrachado e indecente, com a composição
dos aliados da atualidade, considerados "ladrões" e
"bandidos" do passado, contra os quais se prometia combate feroz
quando estivesse no poder; a falta de reformas estruturais,
como instrumento indispensável ao progresso do país; a deficiência da saúde
pública, da educação etc., o presidente nacional do PT, com o peculiar autoritarismo
de quem está acima do bem do mal, afirmou que parte da imprensa funciona como “oposição extrapartidária” e combatê-la é
“um dos objetivos do PT”. A sua indelicadeza
foi a tanto, ao classificar como demente e inoperante a oposição parlamentar,
mas enalteceu a atuação ativa e forte da imprensa, que, na sua visão, ela não
mostra a cara, como deveria, tendo afirmado: “É o que eu chamo de oposição extrapartidária. E ela se materializa numa
declaração que a imprensa veiculou...: ‘Como a oposição não cumpre o seu papel,
nós temos que fazê-lo’”. Para ele, a oposição extrapartidária compreende setores
da mídia monopolizada, tendo a participação de altos funcionários do Estado, infiltrados
em seus órgãos, que se conluiam com o objetivo de fortalecer essa oposição, que,
pasmem, “não se conforma em ter um
presidente operário, em ter uma presidente que foi guerrilheira, que não se
conforma, sobretudo, com a perda dos privilégios”. Ele teve a indignidade
de dizer que setores da imprensa “desqualificam”
a política, fato que pode levar a “aventuras
golpistas” no país, possibilitando o surgimento do nazismo, fascismo,
objeto de contestação pela PT, que defende seu definitivo afastamento do país. Ele
disse que não há pretensão de censura, mas apenas de promover a “desconcentração do mercado”, uma vez que
o interesse do PT em regular a mídia prende-se ao fato de os meios de
comunicação serem “vitais para o
desenvolvimento do país”, possibilitando a ampliação da liberdade de
expressão e a quebra do monopólio, com o aparecimento de novos agentes
produzindo informação livre. O certo é que a intervenção precipitada, despropositada
e alarmista do petista ocorreu em defesa de um antigo desejo do seu partido de
regulação da mídia, no sentido de estabelecer absurdos limites e inadmissíveis
proibições ao consagrado direito da liberdade de expressão, extrapolando os princípios
ínsitos do Estado Democrático de Direito, garantidos e consolidados na Carta
fundamental do país. No
dia que houver a proibição de a imprensa atuar democraticamente, nada de bom
restará para ser veiculado. Os meios de comunicação não poderão mais denunciar
o mar de lama da corrupção da administração pública nem a sua incompetência. O
vazio e a inapetência gerencial do país se alastrarão e as mazelas progredirão
de forma descontrolada e assustadora. Enfim, o país terá a infelicidade de ser
comparado às republiquetas que não respeitam os direitos humanos e que impõem o
subdesenvolvimento ao seu povo, mediante a abominável censura da mídia, da
livre liberdade de pensamento e de expressão. Será verdadeiro regresso à incivilidade
e à obscuridade democrática. Urge que a sociedade se conscientize sobre a necessidade
de banir da política os homens públicos com mentalidade retrógrada e
sintonizada com o subdesenvolvimento da repressão e do controle inadmissível da
imprensa, que tem o direito constitucional de funcionar com pleno poder de
autonomia, como instrumento importante para assegurar o progresso social,
mediante a liberdade de expressão e de comunicação, inclusive denunciando as
incompetências gerenciais, as coalizões fisiológicas, os esquemas de corrupção
e as deficiências e mazelas prejudiciais ao interesse nacional. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 03 de fevereiro de 2013
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