Na mensagem anual
enviada ao Congresso Nacional, a presidente da República teve a infelicidade de
dizer, entre outras impropriedades, que a atividade política tem sido
"vilipendiada" injustamente; a política econômica vem sendo conduzida
de forma "ousada"; o papel do Congresso Nacional é
"imprescindível"; e as ações do governo são criticadas por não ter
garantido maior crescimento da economia em 2012. Ela fez questão de reconhecer a
imprescindível importância do Poder Legislativo para a “construção de um Brasil mais democrático, justo e soberano”.
À toda
evidência, lamente-se que a presidente não esteja a par da atuação dos parlamentares
nem sendo informada sobre a desmoralização protagonizada por eles, notadamente
com as recentes eleições, pasmem, apoiadas pelo Palácio do Planalto e por toda
inescrupulosa tropa governista, de personalidades polêmicas, totalmente atoladas
até o pescoço no mar de lama fétida, sob a acusação de envolvimento da prática
de atos irregulares, capazes de desabonar a dignidade de qualquer cidadão
comum, quanto mais os “nobres” presidentes das mais relevantes Casas do Legislativo.
Tudo isso, tendo por meta o espúrio o fortalecimento da base de sustentação do
governo. Cabendo frisar a indolência dos ilustres parlamentares que
oficializaram três dias de comparecimento semanal ao Congresso; deixaram de aprovar,
contrariando determinação constitucional, o Orçamento da União; permitiram a acumulação,
por mais de doze anos, dos mais de 3.200 vetos presidenciais; são os
parlamentares mais caros e talvez os que menos produzem do mundo; são os
políticos mais inescrupulosos em termos de fisiologismo; ou seja, na moral, o
vilipêndio, o escárnio, à classe política pela sociedade ainda é pouco para
quem pratica enorme desprezo e apatia às funções legislativas e às causas da
sociedade, que tem o infortúnio de sustentar o Congresso caríssimo e completamente
inconsciente da sua importância constitucional, que pouco produz em benefício
social e ainda deixa de fiscalizar o governo, que aproveita esse fato e nada de
braçada na incompetência da gestão da administração pública. Na verdade, a
mentalidade da presidente da República não poderia ser tão coerente com o
pensamento do seu partido, que trata a sociedade como se fosse um bando de
imbecis, de otários, porquanto, pela vontade dos prepotentes petistas, ninguém
tem o direito de se insurgir contra a malignidade da incompetência gerencial do
governo nem de se indignar contra a desacreditada e desonrada classe política,
que nada ou quase nada fazem para mudar as gritantes e prejudicais deficiências
existentes nos programas constitucionalmente da responsabilidade do Estado, ante
o cristalino crescimento da violência e da criminalidade; da precária prestação
do sistema de saúde pública; da má qualidade do ensino público; da notória
destruição das estradas; e, enfim, da falta de investimentos na infraestrutura
e nas obras indispensáveis ao progresso do país. O governo menospreza os pífios
resultados da economia, permitindo, entre outras deficiências, a perda da sua competitividade,
que impede o crescimento econômico em condições mais favoráveis, apesar das
crises além-mar. Para combater o caos da economia, é imprescindível que o
governo tenha capacidade gerencial e o mínimo de iniciativa para promover
urgentes reformas estruturais nos sistemas tributário, previdenciário,
trabalhista, administrativo e naqueles fundamentais à erradicação dos eternos,
crônicos e indesejáveis gargalos que impedem que o custo Brasil se liberte das
violentas amarras dos procedimentos agressivos de arrecadação de tributos, que
têm como finalidade primordial a conquista de sucessivos recordes, como forma de
mostrar eficiência da máquina do Tesouro, deixando que os verdadeiros entraves
dominem os instrumentos beneficiadores do subdesenvolvimento socioeconômico.
Urge que o governo despreze os discursos desprovidos de sustentação, evite os
apoios aos conchavos espúrios e interesseiros e passe a governar o país com a
competência e eficiência compatíveis com a grandeza da nação e as melhores aspirações
do seu povo. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 04 de fevereiro de 2013
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