sábado, 23 de fevereiro de 2013

Pura emoção

Na linha do planejamento traçado para destacar, nas capas dos meus livros que já estão sendo publicados, os locais que marcaram, de forma indelével, a minha vida, elegi o majestoso e sempre lembrado hangar da Base Aérea de Brasília para figurar com destaque no meu segundo livro. Diante da circunstância que me levou a prestar justa e merecida homenagem ao local que serviu de minha primeira hospedagem, com muito aconchego, quando do meu ingresso na Força Aérea Brasileira, retornei ao aludido hangar, depois de bastante tempo, com o coração e a mente atribulados de incontidas emoções, como se fosse o primeiro dia da minha apresentação para a brilhante trajetória pela Aeronáutica, onde tive a honra e o privilégio de servir por mais de inesquecíveis 13 anos. Quando entrei no serviço militar, exatamente no dia 1º de julho de 1966, só existiam dois prédios na Base Aérea de Brasília. Um edifício onde funcionavam o comando da unidade, os apartamentos dos oficiais e sargentos, a sala de serviço médico e o serviço de apoio mais importante do quartel, qual seja, o rancho. O outro prédio era o grandioso hangar, um dos mais formosos do seu gênero, onde estavam concentradas as atividades militares propriamente ditas, os poucos serviços de apoio militar, e ainda o alojamento dos cabos e soldados, as salas de aulas e de diversão, em especial a televisão em preto e branco, que, mesmo assim, fazia o maior sucesso com os bons programas da época. O treinamento militar era feito no interior do hangar ou na sua aproximação. Daí a sua importância no início da minha formação militar e principalmente da formulação dos meus objetivos de vida, porquanto tudo começou ali, cujos sonhos ganharam asas no embalo das pretensões de fazer carreira na Aeronáutica, que, por força das circunstâncias evolutivas inerentes às ansiedades do servidor público, não ultrapassou da graduação de 3º Sargento. Não obstante, jamais posso esquecer magistral lição do sempre querido por seus contemporâneos e celebrado Tenente Brigadeiro Délio Jardim de Mattos, então ministro da Aeronáutica, por ter ressaltado, no meu caso, que eu continuaria sendo servidor público, apenas passaria a desempenhar atividades civis. Foi graças a esse grande homem e ao generoso Major Brigadeiro Othon Chouin Monteiro que venci a batalha do meu licenciamento da Aeronáutica, em 1979, antes do término de cinco anos da formação de sargento. Não há dúvida de que ninguém consegue alcançar o sucesso se não tiver uma base sólida e se não se conscientizar de que o atingimento do final do árduo caminho somente será possível se houver extremo empenho e dedicação. No meu caso, posso assegurar que esses predicados começaram a ter sentido para valer exatamente desde o dia quando fui acolhido na primeira moradia na Aeronáutica, ali no meu amado e inesquecível hangar, que agora faz parte mais uma vez e em definitivo da minha vida, ao figurar na capa de um dos meus livros, que, nos idos de nosso contato, jamais imaginaria que isso pudesse se tornar realidade. Hei de ser sempre agradecido ao bondoso Deus, por ter me conduzido para local maravilhoso no início de minha vida profissional, onde começaram as boas coisas que aconteceram e continuam acontecendo comigo, como os estudos, as amizades, os melhores conhecimentos e as condições para o crescimento na vida, inclusive a fantástica e estimulante oportunidade de agora ter me tornado escritor, com a publicação do segundo livro, que estampa o decantado Hangar da Base Aérea de Brasília, local abençoado, a partir do qual, começaram a ser plasmadas as maravilhosas conquistas e realizações da minha vida.  
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 22 de fevereiro de 2013

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