terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Os gritos das secas vão continuar?

Segundo estudos da lavra de um professor com PHD em Meteorologia e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas, o comportamento das temperaturas nos oceanos, observado sobre dados das séries históricas de chuvas nos estados nordestinos, projeta longo período de seca na região nordestina, em especial nos Estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba, podendo atingir nove anos de estiagem. Ele disse que “Serão precisas medidas emergenciais nos próximos anos, mas é preciso ultrapassar o imediato. Não se pode mais perder tempo e adiar as ações que criem condições para o desenvolvimento...”. Tendo considerado que a seca de 2012 foi uma das piores dos últimos 60 anos, o mestre disse que nos próximos nove anos, as chuvas serão bem abaixo do normal e as perspectivas são preocupantes para os próximos anos. Trata-se da mais grave previsão que o nordestino jamais gostaria de conhecer, em virtude das agruras e dos massacres que ainda perturbam a sua dura vida, quanto mais diante da fria indiferença das autoridades governamentais, que não são sensibilizadas para a penosa e dolorosa situação de calamidade que a seca impinge de maneira impiedosa aos bravos e destemidos sertanejos. Lamentavelmente, os movimentos organizados por políticos são absolutamente inócuos e não servem nem como mero paliativo para solucionar a extrema gravidade do desastre social da seca, porque de efetividade nada tem sido conseguido para amparar os necessitados. Em tese, os estridentes gritos da seca jamais serão ouvidos por aqueles que estão confortavelmente nos palácios e ministérios, sendo tratados com injustificáveis e nababescas mordomias, impossibilitando que as agudas e cruentas questões nacionais incomodem a tranquilidade palaciana. Com base nos estudos do experiente mestre da Meteorologia, a população nordestina agora tem motivos mais do que suficientes para concentrar suas atenções na renovação de seus representantes políticos, com vistas a deixar de dar-lhes apoio sistemático, desde o vereador até o presidente da República, porque eles têm igual habilidade para prometer e nada fazer quando estão nos cargos, porém sua especial aptidão fica por conta do trabalho em benefício de seus interesses pessoais, deixando que a população fique à míngua, principalmente nas terríveis situações de secas massacrantes. O forte povo nordestino tem a obrigação moral e cívica de dar um basta aos inescrupulosos políticos que se escondem diante da situação precária e do extremo sofrimento que abatem suas condições humanas. Convém que o cidadão nordestino demonstre decência e capacidade para reagir à altura da sua dignidade e finalmente decidir com inteligente sobre a escolha de políticos de caráter, de responsabilidade social e que tenham capacidade para trabalhar na consecução dos seus objetivos, em especial quanto à busca do efetivo saneamento das questões relacionadas com as eternas e preocupantes secas. Diante do descaso com a situação da seca, fica muito claro que os atuais políticos foram, indiscutivelmente, reprovados também quanto à satisfação das graves necessidades do povo que os elege. A sociedade anseia por que a sensibilidade humana dos novos políticos esteja em sintonia com os sentimentos e desejos do povo e que as causas sociais possam enfim ser sentidas e abraçadas por eles, para que as graves questões, em especial como a da seca do Nordeste, sejam cuidadas e solucionadas, em caráter prioritário e emergencial, ante o envolvimento de importantes vidas humanas e de animais de criação e ainda por se tratar de dever primordial do Estado, à luz de preceitos constitucionais, investir preventivamente contra as tragédias. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 11 de fevereiro de 2013

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