A mais famosa blogueira cubana, autora do site
"Generación Y", enfim, desembarcou no Brasil, tendo sido recebida com
aplausos e protestos, dando início ao seu giro internacional de 80 dias. Sem
conseguir disfarçar a felicidade por estar num país democrático, ela não ficou
desapontada pela manifestação de apoio ao regime ditatorial castrista, ao
afirmar: "Ao chegar, muitos
amigos me deram boas vindas, e outras pessoas me insultaram, gritando. Quem
dera em Cuba se pudesse fazer o mesmo. Viva a liberdade!". A blogueira
reside em Havana e foi contemplada com a antipatia do governo comunista de Cuba
em virtude das suas frequentes críticas postadas no blog "Generación Y” e
por meio do Twitter (@yoanisanchez. Seu trabalho conquistou a simpatia de dezenas
de milhares de seguidores no exterior, porém são poucos os que a acompanham em
Cuba, devido ao rigoroso controle da internet pelo governo. Os manifestantes favoráveis
ao regime comunista cubano fez uso de cartazes acusando-a de ser influência pelos
EUA para denunciar o governo cubano. Um integrante da União da Juventude
Socialista disse que "Yoani Sánchez
não é uma cidadã que livremente expressa sua opinião com relação ao seu
governo. Ela é uma pessoa financiada por um país estrangeiro para falar, e
inclusive para falar mentiras e inverdades sobre Cuba". Outros
manifestantes apresentavam cartazes exaltando as qualidades do governo da ilha,
afirmando que muitas crianças morrem de fome, segundo a UNICEF, menos em Cuba,
que a educação, a saúde e os serviços públicos são de primeira qualidade. Fatos
que a blogueira não revelam para o mundo. Os comezinhos erros de português
expostos nos cartazes e a incompreensível agressividade são reveladores do
nível dos simpatizantes dos sanguinários ditadores cubanos. Estranha-se que os
manifestantes abdiquem de se transferir para a Cuba maravilhosa, onde os direitos
humanos são “privilegiados”, preferindo viver no país tupiniquim, onde a saúde
pública é bastante deficiente, segundo o noticiário da mídia, onde os hospitais
estão abarrotados de doentes sem atendimento adequado; a educação padece de
sintomas da baixa qualidade, por falta de investimentos suficientes; a
segurança pública já ultrapassou os limites da tolerância, ante às crescentes
incidências de violência e criminalidade, incrementada com a disseminação das
drogas, que entram de forma descontrolada pelas fronteiras do país, ante a
incompetência governamental para combater os narcotraficantes; entre tantas
mazelas que infernizam a vida dos brasileiros menos aquinhoados, em contraste com
as benesses palacianas, onde as mordomias impedem que os governantes sejam
conscientizados sobre as questões que martirizam a sociedade. Os poucos defensores
da revolução cubana culpam os embargos econômicos, as chamadas sabotagens ao
regime, pelos fracassos do governo da ilha, que são responsáveis pela dureza
impingida às pessoas, bastantes prejudicadas com a implantação do ultrapassado comunismo.
Na verdade, não se pode atribuir aos boicotes econômicos a Cuba a derrocada da sua
revolução, mas sim ao regime e à incompetência dos governantes, que aplicam a
mão de ferro aos ilhéus, menosprezando os direitos humanos, a liberdade de
expressão e de pensamento, propiciando que seu povo deixe de saborear os
avanços da modernidade científico e tecnológico vivenciados no resto do mundo. É
inconcebível que haja admirador de governo que ainda administra seu povo com
métodos antiquados, retrógrados, com a visão assentada num passado longínquo,
distanciado anos-luz das conquistas sociais e da evolução da humanidade. O
trabalho da blogueira precisa ser louvado e reconhecido, porque tem por escopo
a conquista de um dos bens mais preciosos deste mundo, qual seja, a plena
liberdade de expressão e de respeito à dignidade humana. Não parece que ela
seja uma pessoa que mente, porque seus gritos contra a repressão são reflexos
da realidade cruel, que muitos insistem em não admitir o sofrimento imposto à sociedade
cubana, evidentemente porque, de forma incompreensível, não se dignam a morar
na “bela” ilha. Urge que o governo cubano se conscientize de que o respeito aos
direitos humanos, a liberdade econômica, de expressão e de pensamento são
antídotos ao subdesenvolvimento socioeconômico, tecnológico e científico.
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de fevereiro de 2013
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