terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Respeitem os direitos humanos

A mais famosa blogueira cubana, autora do site "Generación Y", enfim, desembarcou no Brasil, tendo sido recebida com aplausos e protestos, dando início ao seu giro internacional de 80 dias. Sem conseguir disfarçar a felicidade por estar num país democrático, ela não ficou desapontada pela manifestação de apoio ao regime ditatorial castrista, ao afirmar: "Ao chegar, muitos amigos me deram boas vindas, e outras pessoas me insultaram, gritando. Quem dera em Cuba se pudesse fazer o mesmo. Viva a liberdade!". A blogueira reside em Havana e foi contemplada com a antipatia do governo comunista de Cuba em virtude das suas frequentes críticas postadas no blog "Generación Y” e por meio do Twitter (@yoanisanchez. Seu trabalho conquistou a simpatia de dezenas de milhares de seguidores no exterior, porém são poucos os que a acompanham em Cuba, devido ao rigoroso controle da internet pelo governo. Os manifestantes favoráveis ao regime comunista cubano fez uso de cartazes acusando-a de ser influência pelos EUA para denunciar o governo cubano. Um integrante da União da Juventude Socialista disse que "Yoani Sánchez não é uma cidadã que livremente expressa sua opinião com relação ao seu governo. Ela é uma pessoa financiada por um país estrangeiro para falar, e inclusive para falar mentiras e inverdades sobre Cuba". Outros manifestantes apresentavam cartazes exaltando as qualidades do governo da ilha, afirmando que muitas crianças morrem de fome, segundo a UNICEF, menos em Cuba, que a educação, a saúde e os serviços públicos são de primeira qualidade. Fatos que a blogueira não revelam para o mundo. Os comezinhos erros de português expostos nos cartazes e a incompreensível agressividade são reveladores do nível dos simpatizantes dos sanguinários ditadores cubanos. Estranha-se que os manifestantes abdiquem de se transferir para a Cuba maravilhosa, onde os direitos humanos são “privilegiados”, preferindo viver no país tupiniquim, onde a saúde pública é bastante deficiente, segundo o noticiário da mídia, onde os hospitais estão abarrotados de doentes sem atendimento adequado; a educação padece de sintomas da baixa qualidade, por falta de investimentos suficientes; a segurança pública já ultrapassou os limites da tolerância, ante às crescentes incidências de violência e criminalidade, incrementada com a disseminação das drogas, que entram de forma descontrolada pelas fronteiras do país, ante a incompetência governamental para combater os narcotraficantes; entre tantas mazelas que infernizam a vida dos brasileiros menos aquinhoados, em contraste com as benesses palacianas, onde as mordomias impedem que os governantes sejam conscientizados sobre as questões que martirizam a sociedade. Os poucos defensores da revolução cubana culpam os embargos econômicos, as chamadas sabotagens ao regime, pelos fracassos do governo da ilha, que são responsáveis pela dureza impingida às pessoas, bastantes prejudicadas com a implantação do ultrapassado comunismo. Na verdade, não se pode atribuir aos boicotes econômicos a Cuba a derrocada da sua revolução, mas sim ao regime e à incompetência dos governantes, que aplicam a mão de ferro aos ilhéus, menosprezando os direitos humanos, a liberdade de expressão e de pensamento, propiciando que seu povo deixe de saborear os avanços da modernidade científico e tecnológico vivenciados no resto do mundo. É inconcebível que haja admirador de governo que ainda administra seu povo com métodos antiquados, retrógrados, com a visão assentada num passado longínquo, distanciado anos-luz das conquistas sociais e da evolução da humanidade. O trabalho da blogueira precisa ser louvado e reconhecido, porque tem por escopo a conquista de um dos bens mais preciosos deste mundo, qual seja, a plena liberdade de expressão e de respeito à dignidade humana. Não parece que ela seja uma pessoa que mente, porque seus gritos contra a repressão são reflexos da realidade cruel, que muitos insistem em não admitir o sofrimento imposto à sociedade cubana, evidentemente porque, de forma incompreensível, não se dignam a morar na “bela” ilha. Urge que o governo cubano se conscientize de que o respeito aos direitos humanos, a liberdade econômica, de expressão e de pensamento são antídotos ao subdesenvolvimento socioeconômico, tecnológico e científico. 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 18 de fevereiro de 2013

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